| 16/05/2008 12h20min
As medidas anunciadas pelo governo federal para beneficiar o setor de trigo deverão causar uma queda imediata nos preços. A opinião é do presidente do Moinho Pacífico, o maior do país, Lawrence Pih.
Entre os benefícios, está a suspensão da cobrança de PIS/Cofins, de 9,25%, para farinha, trigo e pão francês. Não será cobrado também o Adicional ao Frete para a Renovação da Marinha Mercante, de 25%. E a isenção da Tarifa Externa Comum sobre as importações a partir de países de fora do Mercosul foi mantida ate o dia 31 de agosto.
Em entrevista ao Agribusiness Online nesta sexta-feira, dia 16, Lawrence Pih lembrou que a desoneração era reivindicação antiga do setor. Ele acredita em redução de 8,5% no preço da farinha de trigo e de 2% a 3% no pão francês. A isenção do adicional sobre os fretes marítimos deve reduzir em 2,5% os custos futuros, já que os moinhos ainda processam trigo da Argentina.
- Pode aliviar um pouco o segmento, mas também não tem um grande impacto porque não significa uma queda muito grande na ponta.
Pih avaliou que a redução de custos do trigo pode ajudar a frear o impacto na inflação e refletir até na política monetária do governo.
- O Banco Central, obviamente, não teria tanto ímpeto em aumentar os juros, o que está sendo o caso. Aumento de juros iria pressionar a dívida pública, o que seria também um peso para o governo.
Na avaliação de Lawrence Pih, o Brasil ainda está distante de atingir a auto-suficiência em trigo. O empresário explicou que o país ainda é bastante inferior em competitividade quando comparado com a Argentina, de quem é altamente dependente. Por outro lado, ele ressaltou que movimentos positivos foram feitos para estimular a produção nacional, como a elevação dos preços mínimos.
No mercado internacional, o presidente do Moinho Pacífico acredita em uma estabilização dos preços do trigo por causa de expectativas positivas para a safra e da situação de equilíbrio entre oferta e demanda.
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