| 23/04/2008 20h49min
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu em defesa dos usineiros e disse que a alta dos preços dos alimentos no mundo não é culpa do avanço da cana-de-açúcar, nem do etanol, mas dos sucessivos aumentos do petróleo. Segundo o presidente, o protecionismo agrícola dos países ricos prejudica o mundo. O desabafo foi feito durante a solenidade de lançamento do PAC da pesquisa agrícola, nesta quarta-feira, dia 23.
Em um mês, o preço do arroz subiu 30% no Brasil. O Ministerio da Agricultura discute nesta quinta-feira a venda do estoque do governo calculado em 1,4 milhão de toneladas como forma de conter a alta do produto.
Até 2010, a Embrapa vai ter um orçamento adicional de R$ 914 milhões para investir em pesquisas voltadas principalmente ao aumento da produtividade. Esses recursos extras foram batizados de Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da pesquisa agrícola.
Durante o evento, que também comemorou os 35 anos da Embrapa, as autoridades rebateram as críticas internacionais de que os biocombustíveis estariam provocando o aumento do preço dos alimentos no mundo.
O presidente dispensou o discurso do cerimonial para fazer um longo desabafo contra a resistência internacional ao projeto brasileiro de biodiesel. Falando sobre o PAC, Lula sugeriu ao presidente da Embrapa, Silvio Crestana, que crie um conselho para acompanhar todos os gastos, cada centavo do orçamento destinado.
O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, também participou do evento e destacou que, pela primeira vez, R$ 264 milhões são destinados exclusivamente para institutos de pesquisa. De acordo com ele, 60% da produção nacional na agricultura se deve às pesquisas, o que demonstra a importância deste investimento.
CANAL RURAL
O presidente Lula pediu um rígido controle com os gastos do PAC da pesquisa agrícola
Foto:
Embrapa/Canal Rural
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