O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o diretor-presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Silvio Crestana, inauguraram neste domingo, dia 20, as novas instalações da Embrapa África, em Gana. A unidade tem por objetivo ajudar os países africanos a ter segurança na produção de alimentos e também a desenvolver projetos de agroenergia. Lá serão treinados técnicos africanos em parceria com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC).
 
Crestana também assinou um memorando de entendimento com a Constran S/A Construções e Comércio – uma das maiores empresas do setor da construção civil do Brasil – para viabilizar projetos nas áreas de monitoramento da produção de cana-de-açúcar em Gana. O acordo abre as portas para novas parcerias da estatal brasileira com a iniciativa privada por meio da transferência de tecnologia.

A cooperação dará à Embrapa a coordenação de um grande projeto técnico para o plantio de 30 mil hectares de cana na região norte do país africano. O “pacote tecnológico” a ser construído pela Embrapa terá duração de cinco anos. Os técnicos que seja possível produzir 180 milhões de litros de álcool ao ano. O projeto da construtora – que agora investe em agricultura – envolve todas as fases, do plantio até a produção de etanol.

História de cooperação

Diversos projetos já estão em andamento no continente africano, onde a Embrapa está instalada desde novembro de 2006. Em Gana, a empresa já atua na transferência de tecnologia para produção de mandioca. De acordo com o chefe da Assessoria de Relações Internacionais da empresa, Elísio Contini, isso abrirá oportunidades para o Brasil exportar máquinas e equipamentos.

Em Angola, a Embrapa colabora na criação de um instituto de pesquisa nos moldes da empresa brasileira, com recursos angolanos. O desenho, já pronto, prevê 14 centros de pesquisa. O foco, segundo Contini, é garantir alimentos ao país, em reconstrução após uma guerra civil que durou 38 anos e terminou há apenas cinco.

Outra frente são as parcerias trilaterais. O primeiro projeto já está pronto: trata-se de um acordo entre Brasil, França e Moçambique para transferência de tecnologia na área de agricultura sustentável e conservacionista no país africano.