| 29/03/2008 05h10min
Terminou sem acordo, na madrugada deste sábado, a primeira reunião entre representantes do governo argentino e ruralistas para negociar o fim dos protestos dos produtores. O encontro durou mais de cinco horas, e os protestos já duram 17 dias. As informações são do site G1.
Para o presidente das Confederações Rurais Argentinas (CRA), Mario Llambias, o governo não está disposto a rever o aumento de impostos para o setor agrícola, principal reivindicação dos ruralistas.
Depois do fracasso da reunião, manifestantes da localidade de Gualeguaychú, na província de Entre Ríos, decidiram voltar a bloquear a estrada. Novamente caminhões foram impedidos de passar, e o trânsito seria liberado apenas para ônibus e automóveis até que surgissem novas propostas do governo.
— Os bloqueios devem voltar às estradas — disse Llambias ao fim do encontro. — A trégua (dos bloqueios) era só durante a reunião com o governo.
Os protestos do setor
rural foram provocados pelo anúncio de aumento dos
impostos sobre as exportações agrícolas argentinas. Nesta sexta-feira, depois de 16 dias de protestos, os produtores haviam suspendido temporariamente os bloqueios nas estradas, que provocaram longas filas de caminhões e o não-abastecimento nos supermercados de vários pontos do país.
Em um comunicado conjunto divulgado antes da reunião, as quatro principais entidades de produtores rurais da Argentina — Sociedade Rural, Coniagro, CRA e Federação Agrária - afirmaram que as estradas seriam liberadas, mas que o setor continuaria em "alerta" e "com mobilizações" na beira das rodovias.
Participaram da reunião os líderes das quatro principais entidades de produtores rurais da Argentina — Sociedade Rural, Coniagro, CRA e Federação Agrária —, o ministro da Economia, Martín Lousteau, e o chefe de gabinete da administração federal, Alberto Fernández.
Em entrevista à imprensa na Casa Rosada, sede da Presidência da República, Fernández disse, que "o importante
é que o diálogo foi aberto". Segundo
ele, uma nova reunião foi marcada para a segunda-feira, quando devem ser definidas as diretrizes de um plano de longo prazo para o setor agropecuário, com atenção especial aos pequenos produtores.
— Não vamos necessariamente mudar essa medida (o aumento de impostos), mas buscar mecanismos que garantam a rentabilidade do setor — disse o chefe de gabinete.
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