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O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Paul O’Neill, conversa hoje, dia 21,em Monterrey, no México, com o ministro de Economia da Argentina, Jorge Lemes Lenicov. Mas antecipou ontem à tarde que uma ajuda financeira dos EUA ao país sul-americano não consta de seus planos. A vice-diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Anne Krueger, por sua vez, disse ontem, dia 20, em Moscou, na Rússia, que a instituição não fará novos desembolsos à Argentina enquanto o governo não atender a exigências feitas pela missão técnica do Fundo.
O’Neill sugeriu que a Argentina já recebeu demasiado dinheiro, ao longo dos últimos dois anos, e o administrou mal. Ele lembrou que o então presidente Bill Clinton coordenou a criação de um pacote, via FMI, de US$ 43 bilhões em novembro de 2000 e que em abril do ano passado, depois que os argentinos informaram que esses recursos já haviam acabado, o presidente George W. Bush decidiu apoiar a criação de um novo pacote (de US$ 22 bilhões). O auxílio tampouco deu os resultados esperados, porque a Argentina não cumpriu as metas fixadas.
– O dinheiro acabou de novo. E agora eu é que tenho uma pergunta a fazer a vocês: quanto dinheiro é suficiente (para a Argentina) – perguntou O’Neill aos repórteres, num tom irônico.
Krueger disse que a missão deixou Buenos Aires com a convicção de que há vias para se resolverem os problemas de ajuste orçamentário com as províncias. O dólar atingiu ontem a cotação recorde de 2,60 pesos na Argentina, com alta de 5,26%. O aumento foi movido pelas expectativas de aumento do déficit fiscal do governo acima das previsões neste mês e forte emissão de pesos, além das declarações de O’Neill e Krueger. O peso já perdeu 61,5% de seu valor desde o fim da conversibilidade, no início do ano. Com a disparada da moeda norte-americana, o fantasma da hiperinflação já assusta o governo.
– Há um ponto, não sei ao certo se em 2,80 ou 3 pesos, no qual os preços começarão a ganhar fôlego e chegaremos a uma inflação muito difícil de controlar – afirmou o presidente do Banco Central argentino, Mario Blejer. – Para impedir isso, temos de evitar que a taxa de câmbio alcance um nível muito alto.
O governo argentino também reduziu a Tarifa Externa Comum (TEC) para a importação de 1,5 mil produtos. O objetivo é baratear produtos importados e conter a disparada da inflação. Entre as alterações, a alíquota de calçados e refrigerantes caiu para 22,5%, a do leite em pó e queijos foi reduzida para 18,5% e a de frutas críticas baixou para 12,5%. Produtores brasileiros não serão beneficiados diretamente pela medida porque a TEC vale apenas para países de fora do Mercado Comum do Sul (Mercosul). O governo brasileiro aprova a decisão porque os países-membros do bloco passam a ter tarifas externas iguais ou mais parecidas, dando um passo a mais para o equilíbrio macroeconômico no Mercosul.
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