| 09/04/2008 14h07min
A ex-ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Matilde Ribeiro, negou que tenha havido "má-fé" na compra pessoal que fez com cartão corporativo num freeshop. Segundo ela, houve uma troca de cartões.
— Tenho um cartão pessoal na mesma cor e na mesma bandeira do cartão de pagamento do governo federal. Quando voltava de uma viagem feita a trabalho, usei o cartão. Todas as viagens internacionais, quando tenho condições, passo no freeshop e faço compras de acordo com as minhas posses. Houve uma troca de cartões — disse à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) mista dos Cartões Corporativos.
Matilde explicou que chegou a ser notificada pela Seppir sobre o uso indevido do cartão e "aguardava o recebimento do salário" para devolver o dinheiro:
— Fiz cinco viagens internacionais e em apenas um momento cometi essa troca dos cartões. Não foi uma situação intencional e o dinheiro já foi devolvido à administração pública.
No ano passado, Matilde
gastou R$ 171,51 mil no cartão durante viagens de trabalho, com diárias, aluguel de carros, hospedagem e compra em freeshops. Desse total, a Controladoria-Geral da União (CGU) considerou que R$ 22,4 mil não foram justificados de forma satisfatória. O órgão determinou que a ex-ministra devolvesse imediatamente R$ 2,9 mil aos cofres públicos. Desse total, Matilde já devolveu R$ 2,8 mil.
— Devoluções não implicam reconhecimento de culpa — disse a ex-ministra, que depois da divulgação dos gastos, pediu demissão do cargo: — Houve a decisão da minha parte de pedir demissão do cargo.
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