| 26/12/2001 22h40min
A súmula do árbitro paulista Alfredo Santos Loebeling, que estava prevista para chegar à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) na tarde desta quarta-feira, só deve estar na sede da entidade, no Rio de Janeiro, a partir desta quinta-feira. Com isso, o julgamento da invasão de parte dos torcedores do Figueirense na partida do último sábado, no Estádio Orlando Scarpelli quando faltavam dois minutos para o término dos acréscimos, só deve mesmo acontecer no ano que vem.
No início da tarde desta quarta, o ex-árbitro e comentarista da RBS, Renato Marsiglia, afirmou no programa Sala de Redação, da Rádio Gaúcha, que manteve um contato com uma pessoa ligada a CBF, que teria dito que Loebeling redigiu no documento que o jogo havia acabado quando houve a invasão ao gramado do Scarpelli.
– O documento do árbitro, nesses casos, é soberano. Mas até que se prove ao contrário – afirmou Marsiglia.
Provar o contrário é justamente o que o Caxias pretende após ter contratado um grupo de advogados especializados em direito desportivo em Porto Alegre, que trabalhará em parceria com o ex-auditor do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Marco Aurélio Pachá.
– Se o árbitro colocar na súmula que encerrou o jogo estará faltando com a verdade. As imagens são claras e mostram que não houve nada disso – afirmou Daniel Cravo Souza, um dos advogados que está à frente do caso.
Souza também manteve a sua posição inicial, de que o julgamento não deva ser realizado amanhã.
– Acho que ele vai acontecer lá pelo dia 7 de janeiro – ressaltou.
O presidente do STJD, Luiz Sveiter, promete para a tarde desta quinta-feira uma entrevista explicando quais serão os procedimentos. Independentemente do que o árbitro relatar no documento, provavelmente enviado por sedex de São Paulo ao Rio, a defesa do Caxias está bem desenhada e promete ir longe.
– Nossa estratégia vai ser mantida. Não importa se o juiz vai dar ou não por encerrado o jogo – afirmou o coordenador do colegiado que administra o Caxias, Elói Nervis.