| 13/10/2009 18h32min
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, foi à Comissão de Agricultura do Senado explicar as acusações de repasse irregular de dinheiro público para o MST. Ele contestou um levantamento apresentado pelo deputado Ronaldo Caiado, que denuncia a liberação de R$ 115 milhões de recursos do governo, entre 2004 e 2008, a entidades que seriam ligadas ao movimento.
Entretanto, durante o debate, foram apresentados novos números, com base num levantamento da ONG Contas Abertas, que também aponta distribuição de quase R$ 160 milhões a entidades supostamente ligadas aos sem-terra.
— Não é o governo federal que financia o MST, não existe nenhuma comprovação disso. O governo não tem nenhum convênio, nenhum contrato com o MST. O que as pessoas insistem em afirmar é que existem entidades que estariam vinculadas ao MST e que repassariam recursos para o MST. O que temos feito sempre que detectam irregularidades é excluir essas entidades. Nenhum órgão do governo federal é tão auditado quanto o Incra e o MDA — declarou o ministro.
A senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) defendeu a instalação de uma CPMI para investigar as possíveis irregularidades. A oposição diz já ter assinaturas suficientes na Câmara e no Senado para instalar a comissão, mas ainda tenta costurar um acordo com a base governista.
— Eu acho que a CPI é fundamental para levantar coisas. O ministro disse que a CPI não deve funcionar porque a da Terra e das ONGs não deram em nada. É só deixar a gente investigar — defendeu Marisa.
Guilherme Cassel respondeu que o governo não teme uma comissão para investigar o assunto, mas criticou a criminalização dos movimentos sociais. Ele também condenou a ação de integrantes do MST que participaram, na semana passada, da invasão da fazenda da Cutrale no interior de São Paulo. Integrantes do movimento são acusados de terem destruído parte do laranjal.
CANAL RURAL
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, participa de audiência pública na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado
Foto:
Wilson Dias/Abr