| 24/09/2009 15h50min
O desmatamento na Amazônia atingiu em agosto pelo menos 498 quilômetros quadrados de floresta. A área equivale à quase metade do município do Rio de Janeiro. Os dados são do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter) e foram divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Em comparação com o resultado de agosto de 2008, quando 756 quilômetros quadrados foram desmatados, houve redução de 35%. No acumulado do ano, a redução do desmatamento do bioma amazônico chega a 57%. A queda entre julho e agosto deste ano foi de 40%. O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, explicou que os resultados deste mês foram mais próximos da realidade por causa do céu limpo, sem cobertura de nuvens, o que facilita a detecção do desmatamento pelos satélites.
– Nunca comemoro os dados, porque desmatamento nunca é bom, mas é uma queda acentuada. Além disso, agosto é um dos meses críticos de desmatamento na Amazônia – avaliou Minc.
Para 2009, o governo espera atingir números históricos de redução do desmatamento.
– Nós, este ano, vamos ter o menor desmatamento dos últimos 21 anos. Pela primeira vez abaixo de 10 mil quilômetros quadrados, seguramente abaixo de nove mil quilômetros quadrados. Mas só que o nosso menor desmatamento ainda é muito grande e, como eu disse, eu não comemoro. Claro, a queda é importante, a gente está trabalhando, está suando, combatendo o crime, a impunidade e criando alternativas.
De acordo com o ministro, o Pará se manteve na liderança do desmatamento e foi responsável pela derrubada de cerca de 300 quilômetros quadrados de floresta em agosto.
Os satélites do Inpe registraram 105,2 quilômetros quadrados de desmate em Mato Grosso e 50,9 quilômetros quadrados em Rondônia, Estados em que não houve cobertura de nuvens no período. No Amazonas, o Inpe observou 21,7 quilômetros quadrados de novas derrubadas e no Acre, 6,3 quilômetros quadrados. O Estados do Amapá, Maranhão, de Roraima e do Tocantins registraram desmatamentos inferiores a 5 quilômetros quadrados.
Em toda a Amazônia Legal, a área livre de nuvens correspondeu a 83% da região.
– O Estado do Amapá foi o que apresentou a menor oportunidade de monitoramento, pois apresentou um índice de cobertura de nuvens de 64% no período – destaca o relatório.
A medição do Deter considera as áreas que sofreram corte raso (desmate completo) e as que estão em degradação progressiva. O sistema serve de alerta para as ações de fiscalização e controle dos órgãos ambientais.
O desmate medido em agosto não será levado em conta na taxa anual de desmatamento para o atual período (2008/2009). O total, calculado pelo Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes), vai considerar o desmate ocorrido entre agosto de 2008 e julho de 2009. A estimativa do governo é de que o resultado seja o menor dos últimos 20 anos.
AGÊNCIA BRASIL E CANAL RURAL