| 17/09/2009 11h12min
O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse nessa quarta, dia 16, que alguns cafeicultores terão de mudar de ramo para ter renda. Baseado num relatório chamado Análise Estrutural da Cafeicultura Brasileira, elaborado por um grupo de trabalho formado por técnicos dos ministérios da Agricultura, Fazenda e do Planejamento e entidades do setor para nortear futuras tomadas de decisões do governo, ele informou que o Brasil é o único país com crescimento na produção de café arábica, graças ao aumento da produtividade, já que a área plantada se mantém constante.
– Isso é bom, mas dentro da atual estrutura temos produtores que terão que sair do mercado. Não terão como aumentar sua eficiência, principalmente em razão da região ou da topografia de onde estão produzindo – afirmou Stephanes, ao anunciar novas medidas para o setor.
Ele disse que esses cafeicultores estão com custos de produção elevados e não conseguirão ter renda com os preços praticados no mercado. Segundo o ministro, o custo de produção de uma saca de café arábica de melhor qualidade, no país, chega a variar de R$ 240 a R$ 340, sendo que o preço mínimo oferecido atualmente é de cerca de R$ 260.
O relatório mostra a transferência dos estoques mundiais de países produtores para consumidores. Enquanto nos últimos 10 anos os estoques localizados em países que produzem café caíram de 54 milhões para 18 milhões de sacas, os países importadores elevaram a quantidade de produto armazenado de 8 milhões para 23 milhões de sacas.
Além disso, as previsões são de que, nos próximos dois anos, seja produzido um excedente de 4 milhões de sacas.
– Então, eles decidem como e quando querem e sabem que nas próximas duas safras terá café para comprar – disse Stephanes.
Por isso, o ministro destacou a importância de se planejar as ações futuras.
– Ficou muito claro no documento que temos que começar a agir mais cedo no sentido de adotar os mecanismos para sustentar os preços.