| 19/08/2009 09h14min
Conforme previsões da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), a área plantada com a cultura de milho nas regiões mecanizadas do Estado cairá 50%, criando o maior déficit da história agrícola e gerando a necessidade de importação de até 3 milhões de toneladas desse grão, em 2010. A avaliação é do vice-presidente da federação, Enori Barbieri.
A federação acredita que a situação derive, em parte, da falta de uma política agrícola consistente para sustentação de preços no sul do país. A conseqüência mais grave, além do empobrecimento da família rural, é o afastamento do sistema agroindustrial catarinense que vai, aos poucos, migrando para o Brasil Central e outras regiões com maior oferta de grãos.
– Nesse cenário, soa trágica a recente decisão do governo em cortar o crédito do ICMS na importação de milho – observa Barbieri.
O milho, insumo fundamental para as vastas cadeias produtivas de frangos, suínos e leite, é cultivado em 815 mil hectares que produzem 4 milhões de toneladas por ano, numa média de produtividade de 50 sacos/hectare. Nos anos de normalidade de produção, Santa Catarina importa 2 milhões de toneladas para abastecer o vasto sistema de produção agroindustrial.
Com a decisão dos produtores de áreas mecanizadas, onde há maior produtividade, em reduzir 50%, a Faesc calcula que a área total cultivada no Estado (incluindo as lavouras não mecanizadas) ficará em 30% menor.