| 29/07/2009 19h08min
Uma comissão formada por três das principais redes varejistas de supermercado e grandes frigoríficos do país vai definir as regras para rastrear a carne bovina consumida no país. As diretrizes do programa de certificação do setor serão definidas em 90 dias. O tema foi discutido nesta quarta, dia 29, na sede da Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
O programa de certificação de produção responsável da cadeia bovina quer evitar o comércio de carnes com procedência de áreas ilegais do Pará. A iniciativa partiu da rede varejista e de três frigoríficos que foram apontados pelo Ministério Público do Pará como grandes responsáveis pelo desmatamento no bioma amazônico. As empresas procuraram a Abras para traçar medidas e coibir a comercialização não-adequada da carne bovina. Uma empresa de auditoria vai auxiliar o comitê na validação de certificações e rastreabilidade dos fornecedores.
– Num primeiro momento, nós temos que usar o que é base legal, como qualquer outra certificação. Não cabe ao programa de certificação criar outros conhecimentos a não ser os do processo anterior – afirma a diretoria da SGS Certificadora, Rosemary França Vianna.
Quanto aos custos do programa para adequação às normas e para certificação, as entidades afirmam que é cedo para saber o impacto tanto para produtores quanto para consumidor. Para o presidente da Abras, Sussumo Homda, a população deve procurar orientações na hora da compra.
– A Abras cria esse programa para termos uma referência para garantir ao consumidor essa certificação de origem. O consumidor vai ter orientação e os fornecedores também.
– Quanto mais adequado tiver, menor será o investimento para regularização – afirma Rosemary.
Durante a coletiva, também foi divulgado o desempenho das vendas dos supermercados no primeiro semestre. No acumulado do ano, o setor registrou crescimento de 5,27% em relação ao mesmo período de 2008. Mas na comparação com maio, a retração foi negativa em 5,59%. A queda, de acordo com o presidente da Abras, é justificada pelo desempenho do mês, já que maio teve mais dias para comercialização em relação a junho.
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