| 27/07/2009 20h56min
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, ratificou nesta segunda-feira, a posição do governo brasileiro de que não há solução para Honduras que não passe necessariamente pela volta do presidente deposto Manuel Zelaya.
— O Brasil vem condenando o golpe de forma veemente e acha que não existe solução que não passe pela volta do presidente Zelaya ao poder. Se depois ensejar algum dialogo, anistias internas, são coisas a serem discutidas posteriormente, como alias estavam e o presidente Zelaya chegou a aceitar uma das propostas do atual governo, mas os golpistas não aceitaram.
Para ele, os golpistas não têm futuro.
— O golpe não só é errado, como aliás todo golpe de estado. É um golpe anacrônico: não tem nada a ver com a situação geopolítica do mundo, então ele não tem futuro — disse Amorim, na solenidade de abertura do 17º Seminário Internacional de Mídia sobre Paz no Oriente Médio, que acontece no Palácio do Itamaraty, centro do Rio de
Janeiro.
Mesmo afirmando que o
Brasil não teme uma onda de golpes na região, Amorim defende a necessidade de que se haja com firmeza para evitar imprevistos futuros. "É preciso agir com firmeza neste caso para alguém não seja tentado a fazer a mesma coisa. E eu acho que é o que tem que ser feito, foi o que a OEA (Organização dos Estados Americanos) fez. Ela é uma organização totalmente insuspeita de qualquer viés ideológico."
Amorim defendeu reforço das medidas que estão sendo tomadas pelos países individualmente para que o governo hondurenho, de fato, perceba que ele não tem condições de continuar no poder.
— O que o Brasil pode fazer individualmente ele já o fez, ao cessar a cooperação com Honduras. Tínhamos um instrutor militar no país e o retiramos. Obviamente são medidas importantes para o povo hondurenho, mas são de longo prazo. Há países que tem mais poder de atuar do que nós no curto prazo e eu espero que eles continuem atuando neste sentido.
O chanceler defendeu, ainda,
uma nova reunião da OEA para dar
maior legitimidade a medidas que causem impactos ao atual governo hondurenho.
— Alguma coisa está se mexendo, e o próprio Exercito já admitiu que aceita a volta de Zelaya. Agora é importante que não seja uma volta cercada de condições prévias.