| 24/07/2009 16h28min
O novo governo de Honduras colocou em vigor nesta sexta-feira um novo toque de recolher a partir das 12h (15h de Brasília) em suas fronteiras com a Nicarágua e El Salvador, diante da eventual chegada do deposto presidente Manuel Zelaya. O anúncio foi feito pelo governo em rede nacional de rádio e televisão.
O toque de recolher a partir de 12h (local) vigorará somente nos departamentos de Olancho, El Paraíso, Choluteca e Valle. Os três primeiros fazem divisa com a Nicarágua, e o último, com El Salvador. No resto do país, o toque de recolher foi mantido de 24h às 4h30min (3h às 7h30min de Brasília).
Na Nicarágua, Zelaya reiterou hoje que entraria em território hondurenho através de qualquer das fronteiras que o país tem com a primeira nação, com El Salvador ou Guatemala. O presidente deposto é acompanhado pelo chanceler da Venezuela, Nicolás Maduro, conforme foi informado hoje em Estelí, Nicarágua, quando Zelaya deixou a cidade em direção à fronteira com seu
país.
O exército e a
polícia exercem um rigoroso controle no setor fronteiriço com Nicarágua de Las Manos, até onde chegaram muitos seguidores de Zelaya, assim como em outros pontos da fronteira.
De acordo com o diretor-geral da polícia, Salomón Escoto, "até o momento, não há incidentes na fronteira com a Nicarágua" e que tudo está normal.
No entanto, alguns simpatizantes de Zelaya começaram a burlar o cordão de isolamento das autoridades e caminharam por atalhos em direção ao ponto fronteiriço a cerca de cinco quilômetros de Las Manos
— Nós queremos receber nosso presidente — disse um dos seguidores do líder deposto.
Em entrevista coletiva, Escoto também disse que desde que Zelaya foi derrubado, em 28 de junho, houve 239 manifestações de setores a favor e contra o presidente, das quais participaram 204,5 mil pessoas.
Ele acrescentou que a missão da polícia é evitar que participem dos protestos pessoas armadas e estrangeiras, e
que se alguns provocarem "vandalismo e confronto", então "se
agirá com rigor".
Escoto não quis falar sobre o que a polícia faria se Zelaya entrasse no país acompanhado de pessoas estrangeiras, como o chefe da diplomacia da Venezuela.
— Temos um plano estratégico estabelecido que está sendo realizado — explicou Escoto, que, além disso, ressaltou que se Zelaya fosse detido, "sua segurança física será respeitada".
— Isso está dentro do plano estratégico, que inclui vigilância e segurança em todas as fronteiras — concluiu.
Polícia hondurenha bloqueia a fronteira no departamento de El Paraíso, na divisa com a Nicarágua
Foto:
Ulises Rodríguez, EFE