| 22/07/2009 19h30min
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, evitou comentar hoje as novas denúncias que envolvem o presidente do senado, José Sarney (PMDB-AP). Após o lançamento do Plano Safra de Agricultura Familiar 2009/2010, no Museu da República, jornalistas chegaram a perguntar a Lula se, após a divulgação de gravações que ligam o senador ao ex-diretor-geral da casa, Agaciel Maia, em um processo que evidencia a prática de nepotismo na família Sarney, o governo continuaria defendendo o seu aliado.
Lula nada respondeu e tentou colocar o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, na frente dos holofotes para que ele falasse sobre o Plano Safra. A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que no decorrer da crise também deu declarações a favor de Sarney, desta vez saiu do evento sem dar uma palavra sobre o aliado.
Os diálogos gravados pela Polícia Federal com autorização judicial foram revelados em reportagem publicada hoje pelo jornal O Estado de S.Paulo. Pela manhã, durante
a posse do novo
procurador-geral da República, Roberto Gurgel, Lula afirmou que o Ministério Público (MP) deve ter responsabilidade e pensar na biografia dos investigados.
— A única coisa que eu peço é que o Ministério Público tenha o direito e a obrigação de agir com o máximo de seriedade, não pensando apenas na biografia de quem está investigando, mas na biografia de quem também está sendo investigado — afirmou Lula, sem citar nomes ou fatos.
— No Brasil, às vezes, a pessoa é condenada antes, dependendo da carga da manchete da imprensa — disse.