| 20/07/2009 21h38min
O Ministério da Saúde lançou nesta segunda, dia 20, uma nova campanha para esclarecer a população sobre formas de contágio, transmissão e tratamento da gripe A (H1N1). O governo federal está investindo R$ 5 milhões nessa etapa da campanha, que será veiculada por emissoras de TV e de rádio a partir de amanhã até o dia 31 de julho.
Foram confirmadas quatro novas mortes divulgadas nesta segunda pelo governo do Rio Grande do Sul, totalizando 15 casos fatais até agora no país. O Ministério informou que há transmissão sustentada (sem contato com pessoas doentes de outros países) do vírus naquele Estado e em São Paulo. Também existem perspectivas de que isso ocorra em outros Estados.
— Temos avaliado continuamente as dúvidas e procurado responder a todas as dúvidas que têm surgido. Cada vez mais, de acordo com a evolução da doença fora e dentro do país, o que muda é o conteúdo da informação — resumiu o diretor de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, Eduardo Hage.
Pesquisa realizada entre os dias 4 e 6 de julho revelaram que 75% dos 802 entrevistados já viram alguma propaganda sobre a doença, mas 15% têm dúvidas quanto às formas de contágio, 15% quanto aos sintomas e 13%, com relação a medidas de prevenção.
—A partir do momento em que se tem o estabelecimento da pandemia, o conteúdo da mensagem passa a ser no sentido de priorizar aqueles grupos de maior risco para evitar a ocorrência de casos graves e óbitos — acrescentou Hage.
A campanha, chamada “Tire suas dúvidas sobre a influenza A (H1N1)”, responderá às seguintes perguntas: como se pega a nova gripe, como se faz para não pegar a nova gripe, quando se deve procurar atendimento médico, quais são os sintomas da doença, se a gripe é perigosa e se tem tratamento. Também orientará a população a não se automedicar e a procurar um posto de saúde ou médico de confiança se estiver com febre, tosse, dor de garganta e dificuldade para respirar.
Hage informou que são inócuas medidas como a suspensão de aulas, como vem sendo feito por alguns municípios do Rio Grande do Sul.
— As medidas de contenção devem ser avaliadas caso a caso. O que se preconiza é que essas medidas têm, cada vez mais, menos efeito na medida em que a disseminação já ocorre não somente no Rio Grande do Sul como em outras áreas do país — afirmou o diretor.
Ele alertou, no entanto, que não há motivo para pânico e lembrou ainda que a transmissão sustentada da nova gripe é igual a da gripe sazonal de inverno: de pessoa para pessoa, de forma disseminada, em especial em grandes centros.
— O quadro clínico apresentado, a gravidade e a ocorrência de óbitos têm sido muito semelhantes a da gripe comum — informou Hage.
Segundo ele, todos os anos são registradas cerca de 900 mil internações e 77 mil mortes por gripes ou causas associadas, como pneumonias e bronquites.
— Todos os anos vamos ter ocorrências de casos, internações e, infelizmente, sempre vamos ter óbitos por gripe, o que tem modificado são os vírus responsáveis, os agentes responsáveis por essa doença. Hoje é o H1N1, o novo vírus, no ano passado eram outros vírus que estavam circulando — ressaltou o diretor de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde.
Permanece, apenas, a recomendação de que pessoas que tenham apresentem fatores de risco (gravidez, crianças menores de dois anos, pessoas com mais de 65 anos e portadores de doenças como câncer, diabetes, hipertensão e obesidade mórbida) evitem viajar para outros países onde há transmissão sustentada da gripe.
— O governo brasileiro não pode assegurar o tratamento ou a medida que seja mais indicada fora do território nacional — justificou Eduardo Hage.