| 09/07/2009 12h58min
O líder governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), anunciou nesta quinta-feira que a base governista vai permitir a instalação da CPI da Petrobras na próxima terça-feira. A sessão de instalação está marcada para as 15h. Segundo o site G1, Jucá afirmou, porém, que o governo não pretende dividir o comando da CPI com a oposição:
— O governo vai ficar com a relatoria e a presidência. Não há negociação com a oposição.
Segundo ele, a instalação da CPI atende a uma "convocação" do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
Até a próxima terça, segundo o líder do PT, Aloizio Mercadante (SP), o partido deve decidir com o PMDB os nomes dos indicados para os cargos de relator e presidente da comissão. Cabe aos dois partidos apresentar os senadores que ocuparão os cargos de comando da CPI.
A pressão pela instalação da CPI aumentou em função de reportagem publicada nesta quinta pelo jornal O Estado de S. Paulo, segundo a qual a Fundação
José Sarney — entidade privada instituída pelo
presidente do Senado para manter um museu com o acervo do período em que foi presidente da República — teria desviado para empresas fantasmas e outras da família do próprio parlamentar dinheiro da Petrobras, repassado em forma de patrocínio, para um projeto cultural que nunca saiu do papel.
Na reunião desta quinta, que ocorreu no gabinete da liderança do governo, os senadores da base governista também decidiram divulgar manifestação na qual "lamentam a postura de agressão da oposição".
— Lamentamos a postura da oposição principalmente em relação ao senador Eduardo Suplicy (PT-SP). Queremos afirmar que a base do governo está unida e que ninguém vai ganhar no grito — afirmou Jucá, fazendo referência a discussão que Suplicy travou com Tasso Jereissati (PSDB-CE) na tarde de terça-feira, no plenário do Senado.
Nesta quarta-feira, como forma de pressionar a base governista a instalar a CPI da Petrobras, a oposição anunciou a intenção de protocolar um
mandado de segurança no Supremo
Tribunal Federal (STF), pedindo a instalação da CPI. Mas com a decisão do governo de instalar a comissão, os líderes oposicionistas ainda não se manifestaram se vão manter a promessa e levar o caso ao Supremo.