| 19/06/2009 18h04min
O presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB), negou nesta sexta-feira que seu partido esteja articulando uma ação para barrar a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, no Senado.
O PMDB faz parte da base aliada do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, mas se uniu à oposição e apoiou a criação da CPI para apurar irregularidades na estatal após ter perdido cargos na administração federal.
— De jeito maneira, não estamos tentando barrar não — disse.
Segundo matéria publicada na edição de hoje do jornal Valor, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, já teria arregimentado sete integrantes da base governista para uma ofensiva a fim de evitar a instalação da CPI.
Após participar de evento do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, na capital paulista, Temer disse que o PMDB está apenas "tentando ajustar a composição da CPI".
O deputado esquivou-se de
comentar o escândalo dos atos secretos no Senado Federal,
envolvendo o presidente da Casa, José Sarney, companheiro de partido de Temer.
Sarney teria nomeado conhecidos e parentes como funcionários do Senado de forma sigilosa. Questionado se havia atos secretos na Câmara, foi evasivo:
— Que eu saiba, não.
Para Temer, a crise de imagem não paralisa o Congresso:
— Entre maio e junho votamos 89 projetos.
Cotado para sair como vice na chapa encabeçada pela ministra Dilma Rousseff (PT) para a Presidência, em 2010, Temer tergiversou sobre essa possibilidade:
— Fala-se (que sairei vice). Eu nunca falei.
Questionado sobre outro virtual vice de Dilma, o deputado Ciro Gomes (PSB), que também é cogitado para concorrer ao governo de São Paulo, Temer teceu elogios:
— Ciro é uma figura, tem história política, está habilitado a qualquer cargo no país.