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 | 06/05/2009 08h38min

Seca no RS põe um terço dos municípios em Estado de emergência

Governo gaúcho estuda medidas para reduzir o drama no campo

Atualizada às 20h27min

A chuva que começou a cair nessa terça, dia 5, principalmente sobre municípios da região sul do Rio Grande do Sul foi insuficiente para aplacar a seca que se abate sobre o Estado desde o final do ano passado.

Até a noite dessa terça, conforme a Defesa Civil, pelo menos 173 cidades gaúchas haviam decretado situação de emergência em razão da estiagem, o equivalente a 34,8% dos municípios do Estado. Sem sinal de chuva constante, 11 municípios apelaram para a medida, conforme o coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Joel Prates:

– As condições estão muito difíceis, mas estamos unidos para minimizar os efeitos da seca. Entre outras medidas, distribuímos cestas básicas e colocamos caminhões-pipa à disposição das prefeituras. Ainda assim, a demanda é muito grande – disse Prates.

A chuva dessa terça era a esperança do Rio Grande do Sul, mas chegou fraca na metade sul do Estado. Até o início da noite, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o volume registrado em Santana do Livramento, na fronteira oeste, não passou de dois milímetros – 1,53% da média mensal, de 130 milímetros. O maior índice ocorreu em Chuí, com 17,4 milímetros (18,7% da média).

Em Porto Alegre, a chuva chegou com força no começo da noite, assustando pedestres e motoristas. O problema é que as precipitações duraram apenas minutos.

Os pingos que molharam o sul e a região metropolitana, segundo a meteorologista Estael Sias, da Central de Meteorologia, não devem chegar nesta quarta, dia 6, ao norte do Rio Grande do Sul, uma das regiões mais críticas. Nos municípios mais atingidos pela seca, conforme Estael, só deve voltar a chover a partir do próximo dia 15, com a chegada de uma frente fria vinda da Argentina.

– Os mapas indicam um cenário otimista para esse período, mas ainda assim é importante alertar que talvez essa chuva não seja suficiente para resolver o problema de uma só vez – pondera Estael.

A boa notícia é que, a partir dos próximos meses, o fenômeno La Niña, que provoca o resfriamento das águas do Pacífico e, por tabela, a seca no Rio Grande do Sul, deve perder força. Com isso, a tendência é de que a terra volte a ficar úmida, devolvendo esperança aos agricultores, que estão entre os mais prejudicados pela falta de chuva.

Enquanto os produtores não vislumbram a mudança nos céus, o governo do Estado trata de negociar alternativas que reduzam o drama no campo. O Palácio Piratini deve definir ainda nesta semana a concessão de anistia às dívidas de pequenos produtores que compraram sementes de milho para a safrinha pelo programa Troca-Troca, em 2008, nos municípios em situação de emergência. Segundo a Emater/RS, as perdas da safra gaúcha de milho chegam a 24,4% da previsão inicial de 5,4 milhões de toneladas.

O Piratini também avalia outras ações para compensar perdas dos municípios. Entre elas, estão a antecipação do repasse de recursos referentes a dívidas do Estado com as prefeituras.

O drama da seca não é exclusivo dos gaúchos. Até a tarde dessa terça, 94 municípios de Santa Catarina já haviam decretado emergência em razão das perdas nas lavouras.

 

ZERO HORA
Tadeu Vilani / 

Forte pancada chegou a assustar motoristas e pedestres que circulavam pelas ruas de Porto Alegre no começo da noite, mas durou apenas alguns minutos
Foto:  Tadeu Vilani


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