| 30/04/2009 17h24min
O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou nesta quinta, dia 30, medidas para a cafeicultura. Entre elas, o reajuste dos preços mínimos do produto e a prorrogação de prazos para que os produtores quitem financiamentos junto aos bancos.
Com o aumento dos custos dos insumos e da mão-de-obra nas lavouras de café, o CMN acatou a proposta, apresentada pelo Ministério da Agricultura, de elevar o preço mínimo pago pelo produto. Para o café colhido este ano, os reajustes foram de 23,6% e 25,8%. A saca de 60 quilos do café arábica, tipo 6, passou de R$ 211,75e 75 para R$ 261,69. Já a saca de café robusta, tipo 7 subiu de R$ 124,40 para R$ 156,57.
– Entende-se que é um aumento substancial, e que corresponde à elevação do custo variável de produção identificada pelo ministério, a partir de estudos da Conab – justificou o coordenador-geral de Política Agrícola do Ministério da Fazenda, Aloísio Melo.
O Conselho Monetário também prorrogou de 30 de março para 30 de setembro o prazo para contratação de financiamento de recuperação de lavouras cafeeiras, que no ano passado, sofreram perdas devido a chuvas de granizo.
Os créditos também foram estendidos para produtores de São Paulo e Minas Gerais que, este ano, também passaram pelo problema. A decisão também é válida para os créditos de liquidação das dívidas dos cafeicultores vinculadas à Cédula de Produto Rural (CPR).
Segundo o governo, poucos produtores tiveram acesso às operações de crédito. Pelos cálculos da área econômica, dos R$ 90 milhões autorizados para recuperar as lavouras de café, apenas R$ 14 milhões foram contratados. Já dos recursos colocados à disposição para liquidar as dívidas de CPR, somente 0,5% chegou às mãos dos agricultores.
– A gente sabe que foi um período em que teve um trabalho grande em torno da renegociação das dívidas e isso pode ter deixado essas contratações para um segundo momento. Da parte dos produtores, eles também podem ter priorizado adquirir outros financiamentos por outras necessidades – afirmou Aloísio Melo.
O CMN também decidiu ampliar, para a safra 2009/2010, a cobertura do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária, o Proagro.
– Por exemplo, se ele fizesse um contrato de milho. Só após a colheita desse milho, ele poderia fazer enquadramento de outra lavoura. Hoje não, com essa regra, o limite de 150 está mantido, mas antes que a colheita dessa cultura ocorra, ele já pode contratar uma nova operação com adesão do Proagro – disse o gerente-executivo de Proagro do Banco Central, Deoclécio Pereira.