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 | 30/04/2009 11h35min

Brasil bate recorde na produção de cana-de-açúcar

Dados da Conab indicam crescimento de até 10% em relação a 2008

Atualizada às 21h00min

A indústria sucroalcooleira deve esmagar neste ano de 622,03 milhões a 633,72 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, maior volume alcançado até agora, oscilando entre 8,6% e 10,7%, em relação aos 572,57 milhões de toneladas de 2008. Os dados são do primeiro levantamento da safra 2009, divulgados pela Conab, nesta quinta, dia 30, em Brasília.

Entre os fatores que contribuíram para o crescimento estão 28 milhões de toneladas de cana madura remanescentes da safra de 2008, que serão moídas neste período, e a ampliação de 9,9% da área plantada, consequência da entrada em operação de aproximadamente 25 novas usinas. Até o ano passado, os canaviais destinados à indústria sucroalcooleira ocupavam 7,08 milhões de hectares e agora chegam a 7,79 milhões de hectares.

Já a área total de cana para todos os usos saltou de 9,4 para 9,59 milhões de hectares (+1,8%), com expectativa de colheita recorde, de 674,8 milhões de toneladas, ou 3,3% a mais que a anterior.

– Isso prova que o mercado sucroalcooleiro continua aquecido, apesar da crise econômica – explica o presidente da estatal, Wagner Rossi.

Os Estados do Centro-Sul processaram 90% da produção e o restante pelos do Norte/Nordeste. São Paulo segue como o maior produtor do país (360,41 a 367,69 milhões de toneladas), representando cerca de 58% de toda cana-de-açúcar que será processada.

Os destaques são a expansão do plantio em Goiás, com 527,6 mil hectares (+31,3%), e em Mato Grosso do Sul, com 335,1 mil hectares (+21,5%). Na soma, o Centro-Oeste registra crescimento de 20,50%, alcançando 1,09 milhão de hectares. A produção segue a mesma tendência, cerca de 30% maior (85,29 a 87,01 milhões de toneladas).

Já as plantações no Sul devem crescer 18,3%, ocupando 644,3 mil de hectares. O volume de cana que vai para a indústria sucroalcooleira deve ficar entre 53,24 e 54,31 milhões de toneladas e o Paraná assume a segunda maior produção do Brasil (53,1 a 54,2 milhões de toneladas), ultrapassando Minas Gerais (50,8 a 51,8 milhões de toneladas).

Outra mudança no cultivo atual é em relação ao uso da cana. A quantidade destinada à fabricação de açúcar poderá crescer até 17%, enquanto a que vai para o etanol deve aumentar até 7,7%. Com esta perspectiva, o Brasil vai produzir entre 36,42 e 37,91 milhões de toneladas de açúcar e entre 27,78 e 28,60 bilhões de litros de álcool, sendo cerca de 33% do tipo anidro (para mistura à gasolina) e 67% hidratado (vendido direto nas bombas).

– Hoje, exportamos 70% do açúcar e 15% de etanol. Com a valorização do dólar, a quebra de safra na Índia e os bons preços internacionais, o açúcar passou a ter remuneração mais atraente que o combustível – explica o diretor de Logística e Gestão Empresarial da Conab, Sílvio Porto.

Ele ressalta que, embora esta safra seja mais açucareira, haverá álcool suficiente para atender os mercados interno e externo.

Para realizar a pesquisa a Conab enviou a campo 50 técnicos, entre os dias 30 de março e 9 de abril, que entrevistaram representantes de 382 usinas de álcool e açúcar, sindicatos e de órgãos públicos nos estados produtores de cana em todo o país.

CONAB E MINISTÉRIO DA AGRICULTURA

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