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 | 28/04/2009 09h22min

Mexicanos buscam refúgio no litoral para evitar gripe suína

Famosa Acapulco vira porto-seguro

Marcelo Gonzatto

O temor despertado pelo surto de gripe suína provocou um fenômeno migratório em território mexicano. Moradores dos arredores da capital, Cidade do México, local mais atingido pelo vírus mortal, estão fugindo de casa ou retardando a volta a fim de evitar uma eventual contaminação. Por isso, regiões ainda livres da doença, como Acapulco, nos últimos dias se transformaram em abrigo disputado pelos refugiados da gripe.

O terapeuta Imanol Ugarte, 48 anos, caminhava nessa segunda, dia 27, com o ar despreocupado de um turista comum pela costa de Acapulco, tradicional balneário do litoral do Pacífico. Na verdade, era um fugitivo do vírus, como milhares de outros. Acompanhado da mulher, a analista de sistemas Magdalena Diaz de Ugarte, 41 anos, e da filha Arantza, quatro anos, ele deveria estar ainda nessa segunda na Cidade do México, onde mora, distante cerca de 400 quilômetros. Decidiu, porém, abrigar-se na praia enquanto as notícias que chegam da área central do país seguem alarmantes.

– Vamos ficar no mínimo mais uma semana aqui. Estamos muito assustados com o que está acontecendo. Ainda não sabíamos de nada, até que meu pai ligou e disse “está ocorrendo uma série de mortes aqui” – contou o mexicano.

Também turista da capital, Enrique Basconcelos, 34 anos, pensa em estender as férias por mais três dias além da quinta-feira, quando deveria retornar com a mulher e os filhos, dependendo da evolução do combate ao vírus.

Isso não quer dizer que a situação em Acapulco seja tranquila. Uma decisão do governo local fechou as principais danceterias, restaurantes e cinemas da cidade como medida de precaução, já que o vírus tende a se propagar mais facilmente em ambientes fechados. Um número crescente de pessoas decidiu adotar máscaras para andar nas ruas, como o morador de Acapulco Max Alvarez, 23 anos.

– Acho necessário, mesmo que aqui não se tenha registrado casos – explica.

Assim como na região central do país, nas farmácias de Acapulco também é difícil encontrar máscaras para vender.

– Vendemos umas cem apenas entre a sexta-feira e o sábado, e o nosso estoque acabou. Pedimos mais, mas o problema é que o fornecedor também não tem – lamentou a funcionária de um estabelecimento na área central, Cintia Cedeño.

Na Cidade do México, a corrida às compras provocada pelo medo também inclui mantimentos como leite, pão e outros alimentos não-perecíveis, em uma onda de precaução contra uma eventual piora da situação. Essa atitude, porém, não é recomendada pelas autoridades.

 

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