| 06/04/2009 11h37min
A rastreabilidade de suínos, bovinos e frangos, tecnologia que permite identificar de qual propriedade saiu cada animal abatido, ganha força, agora, no setor leiteiro. A Coopercentral Aurora destinou 30 smartphones com GPS (celulares que incorporam funções de computadores de mão) para que os seus técnicos mapeiem as propriedades.
Segundo o coordenador de qualidade do leite da Coopercentral Aurora, Alexandre Henrique Strassburger, o trabalho, que já teminou ou está em fase de conclusão nos setores de aves e suínos, deve ser finalizado até o final do ano no setor leiteiro. Cerca de 10 mil propriedades serão mapeadas pela Aurora, em parceria com 10 cooperativas afiliadas.
Nas propriedades leiteiras, os técnicos pegam as coordenadas de satélite da localização da sede, da sala de ordenha, de fontes de água, da casa e dos limites da propriedade. Os dados são depois inseridos no Google Earth, programa que mostra mapas e imagens via satélite de todo o planeta.
Os técnicos da Aurora também recolherão dados como número de vacas leiteiras, produção, e consumo de ração, que serão analisados por um programa de gerenciamento desenvolvido pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
Para o coordenador da área de leite da Aurora, Antonio Zanini, o georeferenciamento e a rastreabilidade da produção de leite são exigências para que o Brasil se torne um grande exportador de leite, a exemplo dos setores de frango e suínos.
Zanini destacou que a produção de leite no Brasil e, principalmente, em Santa Catarina vem crescendo muito. Em 2008, a alta ficou na casa dos 10% no país e dos 20% no Oeste do Estado. Tanto que o Brasil, importador de leite há uma década, agora apresenta um excedente de produção de um bilhão de litros/ano.
Ele disse ainda que o georeferenciamento vai permitir selecionar produtores que fornecerão matéria-prima diferenciada, como “leite verde”, produzido totalmente a pasto. E ressaltou que a melhora na qualidade do produto vai beneficiar tanto o produtor, quanto o consumidor.
A Aurora já adota um pagamento diferenciado ao produtor conforme a qualidade do leite – os valores podem variar 10% para mais ou para menos do preço base.
O caminhão que recolhe o leite recolhe também amostras do produto de cada associado. Quando o leite chega à indústria, é analisado. Constatando-se algum problema, as amostras permitem determinar a origem do leite de má qualidade.
DIÁRIO CATARINENSE