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 | 02/03/2009 21h34min

Índio não viu se estava em condições ao marcar no Gre-Nal

Zagueiro esperou a bola cair para chutar, sem olhar para a arbitragem

Aos dois minutos do segundo tempo do clássico Gre-Nal deste domingo, pela final da Taça Fernando Carvalho, o primeiro turno do Gauchão, o zagueiro colorado Índio recebeu a bola livre cara a cara com o goleiro Victor, após a defesa tricolor tentar a linha de impedimento. Na noite desta segunda, o jogador revelou não ter se preocupado se estava em condições ao chutar para anotar o primeiro gol da vitória do Inter por 2 a 1.

– Não fiquei olhando para nada – garante Índio, que não percebeu que o lateral-direito gremista Ruy o dava condições. – Não prestei atenção no apito. Esperei o momento. Eu dominei, a bola caiu no peito e subiu um pouco. Se eu chutasse antes, ela iria lá nas arquibancadas. Esperei baixar um pouco para chutar para o gol – contou.

Índio já tem se notabilizado por marcar gols em Gre-Nais, tendo anotado quatro nos últimos seis. Para ele, a alta média se deve aos treinamentos em jogadas de bola parada do técnico Tite.

– Minha função dentro de campo é defender, mas nós trabalhamos com o professor Tite na bola parada, que muitas vezes decide o jogo. Eu joguei com o Grêmio muitas vezes, e os gols acabaram acontecendo – declarou.

Jogo duro na quarta

Índio também projetou a partida contra o União-MT, marcada para as 19h30min (horário de Brasília) nesta quarta no Beira-Rio. O time mato-grossense impôs ao Colorado sua única derrota em 2009, por 1 a 0 em Rondonópolis.

– Será um jogo duro, mas esperamos, com a força dos torcedores, fazer um grande jogo, porque temos um objetivo dentro da competição. Sabemos que o adversário merece respeito, mas vamos tentar passar para a próxima fase – disse.

Chuleta com arroz

Na entrevista concedida ao programa Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha, Índio também falou sobre sua carreira. De origem humilde, o hoje zagueiro trabalhava em uma plantação de cana-de-açúcar. Nos finais de semana, ele jogava em uma equipe amadora de sua cidade. Mais que o amor pelo futebol, ele tinha um objetivo: ganhar um prato de comida.

– Eu nunca imaginei que seria atleta profissional. Nunca passava pela minha cabeça. Eu jogava apenas nos finais de semana no amador, pois trabalhava. Minha família era muito pobre, humilde, e nos finais de semana eles davam uma chuleta com arroz. Muitas vezes eu ia mais por causa da chuleta – contou.

Enquanto comia mais um prato de chuleta com arroz, Índio recebeu um convite para participar de um teste no Novorizontino, time do interior paulista. Ali, começou uma carreira que chegou ao ápice em 2006, com o título mundial, e segue rendendo conquistas ao jogador. Mas antes disso, ele ainda enfrentou outras dificuldades.

– Enquanto jogava em um time de São Paulo, fiquei muitos meses sem receber. Minha mãe sempre dizia "vai, meu filho, está difícil, mas vai" – relembrou um zagueiro.

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