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 | 30/07/2008 06h55min

Setor agrícola projeta Expointer com 78,7% mais negócios em 2008

Bom momento do setor primário deverá embalar comercializações em Esteio

Patrícia Meira  |  patricia.meira@zerohora.com.br

Duas safras estaduais fartas, preço de commodities agrícolas em alta, escalada da pecuária e necessidade de reposição de maquinário agrícola abriram a porteira para a euforia dos promotores da Expointer 2008.

A um mês do início da mostra, organizadores projetam chegar a cerca de R$ 235 milhões, incremento de 78,7% no faturamento em relação a 2007. Nesse embalo, a exposição que ocorrerá de 30 de agosto a 7 de setembro, será lançada nesta quarta-feira, dia 30, no parque Assis Brasil, em Esteio (RS). No ano passado, a venda de animais, máquinas e implementos agrícolas, além de artesanatos e produtos da agricultura familiar somou R$ 131,53 milhões.

Entretanto, dificuldades de acesso ao crédito e a disparada dos custos de produção podem frear o ímpeto de negócios na feira. A estimativa de recorde supera inclusive o entusiasmo do secretário da Agricultura, João Carlos Machado, limitado aos R$ 200 milhões.

Somente as indústrias de máquinas e implementos estimam faturar R$ 220 milhões. Baseadas na corrida às revendas especialmente no primeiro semestre deste ano, comprovado em eventos como a Expodireto em Não-Me-Toque, esperam repetir o recorde da Expointer de 2004. Foi o último ano antes do mergulho na crise provocada pela seca no Rio Grande do Sul. Em 2007, na retomada, o setor saiu de Esteio com R$ 120 milhões em pedidos.

– O ano está sendo muito bom, com crescimento acima do esperado no primeiro semestre devido à demanda reprimida – justifica Cláudio Bier, presidente do Sindicato da Indústria de Máquinas e Implementos Agrícolas do Rio Grande do Sul (Simers).

Na pecuária de corte, leiloeiros com longa estrada não lembram do preço do quilo do boi vivo ter atingido US$ 2 como agora. Motivo suficiente para se falar em R$ 12,5 milhões em negócios com bovinos, ovinos e eqüinos, 30% mais do que a venda total de animais em 2007. Nessa conta, pesa, e muito, o aumento da oferta de cavalos. Apenas a raça crioula espera negociar 250 lotes em seis leilões, cifra estimada em R$ 7 milhões.

– Se tudo correr como esperado, sem dúvida, será a melhor Expointer da história – projeta Marcelo Silva, da Trajano Silva Remates.

Entidades como a Farsul dizem que é preciso cautela

Para Eduardo Knorr, da Knorr Remates, nunca se chegou próximo da feira com tantos motivos para tal ânimo, mas o leiloeiro alerta: não dá para colocar a carroça na frente do boi.

– Já se chegou à Expointer com tudo contra, e a feira decolou, e vice-versa – destaca Knorr.

Cautela também é o tom do discurso do presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul, Carlos Sperotto. O dirigente acredita que a morosidade do governo federal na resolução do acesso ao crédito e o aumento dos custos podem afetar o resultado da exposição:

– Estava pintando um quadro altamente salutar, e agora começam a surgir sinais de que não será bem assim. Não se descarta hoje redução de área em culturas como soja e milho.

Segundo a secretaria, as obras de infra-estrutura para a mostra - como revisão dos telhados, banheiros, instalações elétricas do parque - já haviam sido concluídas nessa terça-feira, dia 29.

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