| 08/07/2008 07h53min
Mesmo com a valorização da carne bovina no mercado interno, os pecuaristas brasileiros podem conseguir maior rentabilidade se investirem nas exportações para a União Européia (UE).
Com a ausência dos cortes na mesa dos europeus, provocada pelas restrições ao sistema brasileiro de rastreamento de animais, o preço do produto está em ascensão nos países do bloco econômico. O cenário tem permitido às indústrias a retomada do pagamento adicional pela carne fornecida por fazendas habilitadas pela UE a exportar.
Conforme Paulo Molinari, consultor da Safras & Mercado, o percentual de bonificação tem oscilado no país de acordo com as condições de mercado e depende de variáveis como a sincronia da oferta disponível de gado gordo para abate no período desejado pelas empresas.
Atualmente, menos de cem fazendas estão habilitadas no país. Mas o volume tende a aumentar, considerando o crescente número de vistorias agendadas pelas empresas que certificam a origem dos animais, projeta Luciano Antunes, da Planejar, empresa que recebeu até agora 380 solicitações de visita. No dia 4, segundo fontes do mercado, o Ministério da Agricultura enviou à União Européia a primeira relação de novas propriedades que solicitam habilitação, mas não houve divulgação do total constante na lista.
– A rastreabilidade é um salvo-conduto, mas não pode ser encarada como um trabalho de reflexo imediato – pondera Pilz.
Enquanto a oferta não se normaliza no Brasil, indústrias como o Marfrig Frigoríficos, com unidade em São Gabriel, optaram por uma rota alternativa. Desde as restrições, estão abatendo gado para exportação à União Européia na Argentina e no Uruguai.
Porém, na avaliação do coordenador da Comissão de Pecuária de Corte da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul, Carlos Simm, o incentivo pago pela indústria para o gado rastreado para exportação poderia ser maior.
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