| 02/07/2008 19h52min
Os produtores rurais de Mato Grosso do Sul ficaram insatisfeitos com o novo Plano Safra. Avaliaram as medidas anunciadas nesta quarta-feira, dia 2, como mais marqueteiras do que eficientes. Eles esperavam redução na taxa de juros e mais facilidade de acesso ao crédito.
– O plano não trouxe benefícios para os produtores que já têm dívidas com a União, e que representam grande parte do setor no país – disse o produtor José Elino.
Para o presidente do Sindicato Rural de Maracaju, município a 150 quilômetros de Campo Grande (MS), as medidas anunciadas não refletirão em nada de positivo para o setor.
– Dessa maneira o Brasil poderá perder a chance de aproveitar o momento da crise de alimentos no mundo, já que o homem do campo não dispõe de mecanismos para conseguir ampliar seus investimentos e aumentar a produtividade e a produção de grãos – afirmou Luis Alberto Novaes.
Paraná
O aumento de 12% nos recursos para a próxima safra em relação à safra passada, o aumento do limite individual para produtores de arroz e feijão e a liberação de verbas para a recuperação de áreas de pastagem degradadas são medidas consideradas boas, mas muitos produtores esperavam mais.
O agricultor Edison Ponti planta soja, milho e trigo em Cambé há mais de 30 anos. Para ele, o plano deveria ser mais prático.
– Por exemplo: o governo federal poderia lançar cinco milhões de toneladas de opções de milho para março do ano que vem nesse preço que está hoje na BM&F. Com isso daria sinais de que está estimulando a produção e segurança ao produtor, e sinalizando também de que teria no futuro o mesmo tipo de atitude e, portanto, teríamos uma produção estabilizada e crescente – avaliou Ponti.
Ele acredita que a categoria vai continuar elevando a produção, mas que o estímulo se deve mais ao mercado internacional do que ao Plano Safra.
– Nada de novo foi anunciado e nós achamos que se houver, como vai haver, aumento de área, aumento de produção e de produtividade, é devido aos preços internacionais, que estão ótimos.
Minas Gerais
Lideranças do setor leiteiro nacional, que discutiram as perspectivas de mercado e como incentivar as exportações e o consumo interno de leite nesta quarta-feira, dia 2, na Megaleite, em Uberaba (MG), também colocaram na pauta da reunião o novo Plano Safra.
Para os representantes do setor, a preocupação do governo com a inflação possibilita um cenário favorável para o incentivo à produção, já que leite e carne fazem parte deste pacote. Os líderes consideram a linha de crédito para a retenção de matrizes – anunciada no Plano Agrícola e Pecuário 2008/2009 – um grande avanço para a pecuária leiteira, mas esperavam um avanço maior.
CANAL RURAL