| 02/07/2008 19h20min
Senadores e deputados da bancada ruralista ficaram insatisfeitos com o Plano Agrícola 2008/2009, que destina R$ 65 bilhões à agricultura empresarial. Eles não acreditam que o PAP possa garantir um grande aumento de produção se não for criado um programa específico para controlar a alta dos insumos. Já o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento, Wagner Rossi, elogiou o plano e afirmou que as medidas trarão benefícios tanto para o produtor quanto para o consumidor.
Conforme Rossi, o plano agrícola reflete uma nova fase para a agricultura. Ele afirma que a meta de elevar os estoques públicos a 6 milhões de toneladas no próximo ano mostra que o mercado voltará a ter um bom instrumento regulador. Já o reajust dos preços mínimos do feijão, do arroz, do milho e do trigo trará mais segurança aos produtores.
– É um estímulo ao produtor, para ele investir e produzir mais esses quatro produtos. Havendo mais oferta no mercado, beneficia também o consumidor, pois evita uma elevação muito grande dos preços – destacou Rossi.
No Congresso Nacional as medidas parecem ter ficado um pouco distante das expectativas da bancada ruralista. O setor havia sugerior ao governo R$ 110 bilhões em recursos para a agricultura empresarial, mas como o valor ficou fixado em R$ 65 bilhões os parlamentares acham que vai ser difícil elevar a produção da próxima safra.
O programa de recuperação de pastagens degradadas foi muito elogiado pelos deputados. Sobre a projeção de uma safra 5% maior, eles dizem que até pode ser possível, mas não por causa do aumento do crédito.
– O novo plano agrícola é apenas 12% superior ao do ano passado, mas a maioria dos insumos, principalmente os fertilizantes, tiveram um aumento muito grande. Por isso esses
recursos devem financiar menos áreas que na última
safra. A produção pode até aumentar, mas não pelos financiamentos, e sim pelo mercado, pela troca da soja pelo milho, porque o milho gera mais volume – avaliou o deputado Homero Pereira (PR-MT).
A bancada do Senado avaliou as medidas como positivas, mas não acredita que o plano agrícola conseguirá atingir o objetivo do governo de reduzir os preços dos alimentos.
– Os produtores não conseguem mais praticar os mesmos preços que dos últimos anos porque o custo de produção de subiu, os preços dos fertilizantes triplicaram, o petróleo encareceu. Ou seja, isso não permite uma diminuição dos valores dos produtos – disse o senador Gilberto Goellner (DEM-MT).