| 06/06/2008 07h23min
No meio do atual clima de incertezas econômicas e políticas provocado pela crise do governo de Cristina Kirchner com os ruralistas do país, um impasse que já dura quase três meses, os argentinos estão correndo novamente aos bancos para retirar pesos e transformá-los em dólares.
Em apenas quatro semanas, os bancos privados na Argentina perderam 6,018 bilhões de pesos, o equivalente a quase US$ 2 bilhões, segundo informou o relatório mensal do Centro de Economia e Finanças para o Desenvolvimento da Argentina.
A queda dos depósitos registrada entre o fim de abril e os últimos dias de maio foi a maior ocorrida na Argentina nos últimos seis anos. Fontes do mercado sustentam que grande parte dos recursos retirados foi utilizada para a compra de dólares, já que a moeda americana é o tradicional refúgio dos argentinos.
Motivos existem de sobra: desde 1975, o país teve uma crise econômica grave a cada exatos sete anos. Enquanto a economia começa a esfriar, os protestos dos ruralistas, e agora também do setor de transporte de cargas, só aumentam o temor de um novo desabastecimento.
Nos próximos dias, várias cidades poderiam sofrer falta de alimentos básicos, como leite e óleo. Nessa quinta-feira, dia 5, as principais redes de supermercados do país começaram a limitar a venda de produtos. Sem uma solução para o impasse entre o governo argentino e o campo, os piquetes também estão sendo realizados pelas empresas de transporte de cargas. As companhias tornaram-se o terceiro protagonista da crise que confronta o governo com os ruralistas.
ZERO HORA