| 28/05/2008 14h29min
A criação da Contribuição Social para a Saúde (CCS) foi criticada pelo presidente da Associação Brasileira de Agribusiness (Abag). A entidade realizou nesta quarta-feira, em São Paulo, um fórum que tinha como tema a reforma tributária e seu impacto no agronegócio.
Carlo Lovatelli avaliou a discussão sobre a proposta como "mais política do que técnica". Ele disse acreditar que o bom senso vai prevalecer e a proposta não passará, pelo bem da imagem da própria classe política.
– O povo não vai esquecer na hora das eleições. Espero que não esqueça. Isso é remar contra a corrente, é história, já virou a página. O governo já conseguiu substituir essa receita de outras formas. É um erro, um tiro no pé – concluiu.
Para o deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), o PMDB será o fiel da balança nas negociações da proposta que cria a CCS. Ele considera a proposição uma traição em meio às discussões sobre a reforma tributária.
A nova contribuição é similar à extinta CPMF e está vinculada à Emenda Constitucional 29, que define os repasses de verba para a saúde e deve ser votada ainda nesta quarta-feira, dia 28, na Câmara dos Deputados. Seria cobrada uma alíquota de 0,10% sobre todas as movimentações financeiras, com a arrecadação destinada exclusivamente à saúde.
Na avaliação de Hauly, os oposicionistas serão radicalmente contra a criação do novo imposto. O parlamentar comentou que o PMDB fica dividido na votação de propostas polêmicas. A estratégia é usar a divisão para atrair peemedebistas.
CANAL RURAL
Da esquerda para a direita: Luiz Carlos Hauly, Carlo Lovatelli, Adelmor Gheler (Louis Dreyfus Commodities) e o advogado Plínio José Marafon
Foto:
Raphael Salomão/Canal Rural