O ex-secretário do Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc, tomou posse nesta terça-feira, dia 27, no Palácio do Planalto, em Brasília, como novo ministro do Meio Ambiente. Minc substitui Marina Silva, que pediu demissão no dia 13 de maio, após cinco anos e meio à frente da pasta.

Em seu discurso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou a gestão de Marina Silva, afirmando saber o tormento que ela passou. Para ele, as pessoas ainda não reconheceram seu trabalho, mas isso deverá ocorrer ao longo do tempo. Lula também disse que sabe "o tormento que Minc vai viver" no comando do ministério.

– Posso dizer que muitas vezes a injustiça foi dura. Aliás, queria confessar uma coisa. Nesses cinco anos e meio que a Marina foi ministra, eu vi pouquíssimas colunas que falavam bem dela. A maioria falava mal.

Para o presidente, Marina Silva volta para o Senado para continuar sua trajetória e luta pela preservação do meio ambiente. Lula também comparou a ex-ministra a Pelé, ao se referir a um jogo da seleção brasileira de futebol da década de 60, em que o rei do futebol foi substituído durante a partida.

– Se eu tivesse que fazer uma apologia ao futebol, diria que você [Minc] está entrando no lugar do Pelé. No entanto, é importante dizer que Pelé não era insubstituível – afirmou.

"Carimbador maluco" de licenciamentos

O ministro disse que não pretende ser um "carimbador maluco" de licenciamentos ambientais. Minc defendeu que a agilidade na concessão de licenças não significa a flexibilização da lei.

– Não serei o carimbador maluco. O carimbador da improbidade administrativa. Acho que podemos dar licenciamentos mais ágeis e com mais rigor.

Como exemplo, o ministro citou que os processos podem tratar de mais de uma fase da obra simultaneamente. Durante coletiva à imprensa, Minc disse que teve longas conversas com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, e que se entenderam muito bem.

– Nossa música é dois pra lá, dois pra cá... Duas licenças, dois parques ambientais. O desenvolvimento vai andar e a preservação ambiental também.

Minc disse que, com a regulamentação do artigo 23 da Constituição, o governo federal vai ter mais tempo para cuidar dos licenciamento "mais espinhosos" e deixar para os Estados os processos mais "simples".