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 | 26/05/2008 16h05min

Organização Internacional de Saúde Animal irá liberar comercialização da carne bovina brasileira

Stephanes divulgou comunicado durante encontro com empresários; Mato Grosso do Sul segue fora da lista

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, anunciou nesta segunda, dia 26, que a Organização Internacional de Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês) vai liberar a exportação de carne bovina produzida em 10 Estados e no Distrito Federal. O anúncio oficial é aguardado para esta terça, dia 27, em Paris, durante a 76ª Sessão Geral plenária da entidade.

A declaração do ministro foi feita durante almoço-debate para mais de 250 presidentes de empresas nacionais e multinacionais filiadas ao Grupo de Líderes Empresarias (Lide), em São Paulo (SP). A informação foi repassada a Stephanes pelo secretário de Defesa Agropecuária, Inácio Kroetz, que está em Paris. Deverão ser reconhecidos como livres de febre aftosa com vacinação os Estados da Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo, Sergipe, Tocantins e o Distrito Federal.

Kroetz informou que a Comissão solicitou informações adicionais sobre Mato Grosso do Sul, parte das quais já foi entregue pela delegação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento que está na França. As informações serão avaliados em julho, quando o Estado poderá reconquistar o status de livre de aftosa com vacinação.

Agricultura em foco

Stephanes também destacou a realização de um zoneamento para o plantio da cana-de-açúcar com finalização prevista para julho. O trabalho deve mostrar as áreas com clima ideal para cada variedade de cana, além de determinar regiões onde o plantio da cana não deverá ser permitido.

O ministro reforçou o papel de destaque que a agricultura ganhou no cenário econômico mundial nos últimos anos, posicionando o Brasil como um dos países com maior mundial eficiência no setor.

– Esse quadro [de crescimento econômico mundial] elevou o poder aquisitivo de muitas populações e aumentou o consumo. Nos últimos anos o mundo estava comendo estoques de alimentos agrícolas.

Ele também mencionou o impacto da produção de energia limpa na agricultura.

– Não há dúvidas, por exemplo, que o uso do milho na produção de etanol nos Estados Unidos provoca um impacto no setor.

Eficiência agrícola

– O Brasil é o país que melhor domina a tecnologia de produção em áreas tropicais – disse o ministro, lembrando que a produção de grãos no Brasil saltou de 57, 9 milhões de toneladas em 1991 para 142,1 milhões de toneladas em 2008, o que representa um crescimento de 142,5% – uma média de 4,9% ano.

Apesar desta alta significativa, a área plantada no país entre 1991 e 2008 teve um aumento de apenas 24%.

– Isso representa um ganho importante em produtividade. O Brasil não precisa derrubar sequer uma árvore para aumentar sua produção agrícola – ressaltou.

Questão ambiental

As mudanças climáticas vividas pelo planeta foram apontadas por Reinhold Stephanes como outro fator importante, e lembrou que alterações no clima já afetam países como a Austrália e o próprio Brasil. Segundo ele, o Rio Grande do Sul sempre foi destaque brasileiro na produção de soja, e isso já não acontece mais em função do clima.

– Atualmente, a produção de soja no Rio Grande do Sul está chegando à metade de outros Estados.

COM INFORMAÇÕES DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA

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