| 20/05/2008 14h32min
O depoimento do assessor do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), André Fernandes, na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Cartões Corporativos tem acirrado os ânimos entre parlamentares da base do governo e da oposição. André chegou a pedir que a reunião fosse fechada para que ele pudesse tratar do assunto com mais tranqüilidade.
— Gostaria de falar de cinco fatos nessa sessão sigilosa. Isso não demoraria mais de cinco minutos. Peço o sigilo, porque desejo proteger a honra das pessoas. As informações vão além do dossiê — argumentou.
Apesar dos apelos da oposição, o requerimento que pedia a reunião sigilosa foi derrotado por 12 votos a sete.
— É um direito do depoente, se achar necessário, pedir depoimento secreto — disse o senador Álvaro Dias (PSDB-PR).
— Nada justifica que uma pessoa que está sob testemunha peça a reunião fechada. A reunião é aberta e que ele fale para todos. Não podemos nos submeter à lógica do
depoente. A sessão é aberta para o Brasil todo —
rebateu o relator, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ).
Para base governista, André cometeu uma traição com o amigo, o ex-secretário de Controle Interno da Casa Civil, José Aparecido Pires, ao divulgar o e-mail que recebeu contendo a planilha de gastos presidenciais sigilosos da gestão de Fernando Henrique Cardoso. Tanto André quanto Aparecido prestaram depoimento na Polícia Federal na semana passada. Os parlamentares tiveram acesso a esse depoimento antes do início da reunião.
— O senhor é tecnicamente competente, o senhor fez os senadores transitarem numa tese que o senhor mesmo criou — acusou o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), referindo-se a André Fernandes.
— O senhor está provando que tem um desvio de caráter — atacou também o deputado Sílvio Costa (PMN-PE).