| 15/05/2008 19h36min
O líder do PSB no Senado, Renato Casagrande (ES), disse nesta quinta-feira que não acredita que o ex-assessor de Controle Interno da Casa Civil da Presidência da República José Aparecido Nunes fique calado durante seu depoimento na CPI dos Cartões Corporativos, que deve ocorrer na próxima terça-feira.
Hoje, José Aparecido, apontado como um dos responsáveis pelo vazamento de informações sobre gastos de ex-presidente Fernando Henrique Cardoso com cartões corporativos, teve um habeas corpus negado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no qual pedia a garantia de não ser preso durante seu depoimento.
— Ele terá muita dificuldade de ficar calado, porque o nível de pressão e exigência tanto dos parlamentares presentes na CPI quanto da sociedade que acompanha é muito forte, e ele terá que dizer o que aconteceu — afirmou.
De acordo com o senador, caso José Aparecido tente blindar alguém da Casa Civil, como a ministra Dilma Rousseff, ou a secretária executiva
Erenice Guerra, o ex-assessor
poderá cair em contradição.
— Se ele quiser (blindar), ele vai cair em contradição, e pode ficar numa posição de fragilidade — disse.
O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), não espera que o depoimento de José Aparecido revele alguma novidade para a CPI. Segundo o senador, ele irá à comissão na qualidade de convocado e a legislação assegura o direito de ficar calado para que não seja incriminado.
Arthur Virgílio disse que a oposição fará uma interpretação rigorosa dos fatos que serão apresentados por José Aparecido:
— A oposição terá uma interpretação rigorosa em relação aos fatos ocorridos no Palácio do Planalto, e certamente a base aliada de apoio ao governo vai procurar ser condescendente com o que ocorreu no Palácio do Planalto.