| 12/05/2008 17h31min
Os preços dos alimentos não devem ter nova alta até 2009. A afirmação foi feita pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, que esteve presente na 16ª edição do Seminário do Agronegócio para Exportação, realizado na Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp).
O ministro ainda afirmou que a crise alimentícia que tem trazido preocupação ao mundo mostra-se como uma boa oportunidade para o crescimento do agronegócio brasileiro. Com o aumento da renda da população mundial, as pessoas estão comendo mais.
Esse foi o principal fator apontado pelo ministro da Agricultura para o desequilíbrio entre a oferta e a procura de produtos agrícolas. Com uma previsão de safra recorde para este ano de 142 milhões de toneladas de grãos colhidos, Stephanes afirma que os preços nos alimentos não devem sofrer nova alta até 2009.
– Pelo menos nós não vemos pressões para este ano e, provavelmente, nem para o próximo. Agora, em 2010 pode acontecer devido a pressões, devido ao desequilíbrio mundial entre a oferta e o consumo – afirma.
Especialistas alertam que, quando os preços voltarem a cair, o Brasil precisa estar preparado para não sofrer novamente com as perdas.
Para Roberto Rodrigues, os preços agrícolas não terão mais impacto na inflação brasileira em 2008. Ele afirma que nos últimos 30 anos a agricultura tem puxado a inflação para baixo.
Por outro lado, Stephanes vê nos altos preços uma grande oportunidade para o Brasil. Para o ministro, o país é uma das nações mais preparadas para suprir a atual escassez de alimentos, ganhando mercados e lucros.
– Há uma perfeita compatibilidade no caso do Brasil porque ele cresce em produção de alimento, é o país que mais cresce em produção de excedente, consegue alimentar sua população e consegue aumentar de forma racional a produção de etanol avançando em 90% nas áreas de pastagens – garante Stephanes.
O ministro
aproveitou o evento para anunciar que a medida provisória que trata
da renegociação da dívida agrícola deve ser assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda esta semana. De acordo com Stephanes, 90% da dívida, que atualmente é de R$ 87 bilhões, serão renegociados.