| 14/04/2008 16h51min
O governo brasileiro reafirmou nesta segunda-feira que o plantio de cana-de-açúcar, usada para a produção de biocombustível pelo Brasil, não concorre com a produção de alimentos. Nesta segunda, o relator especial da ONU para o Direito à Alimentação, o suíço Jean Ziegler, em entrevista a uma rádio alemã, declarou que a produção em massa de biocombustíveis representa um crime contra a humanidade por seu impacto nos preços mundiais dos alimentos, segundo informações do site G1.
O Itamaraty informou que a declaração de Ziegler refere-se aos biocombustíveis produzidos a partir do milho. Como o Brasil produz o biocombustível com cana-de-açúcar, o ministério não acredita que a declaração tenha sido dada a respeito do país.
A Assessoria de imprensa do Palácio do Planalto afirma que a área de plantio de alimentos não teve redução no Brasil, embora a produção de biocombustíveis tenha aumentado nos últimos anos.
O governo também ressalta
o pronunciamento do presidente Luiz Inácio Lula
da Silva na Holanda, na semana passada, de que os preços dos alimentos no mercado internacional têm subido por que os mais pobres estariam comendo mais.
Lula pode tocar no tema nesta quarta-feira durante encontro com o representante da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), na 30ª Conferência Regional para a América Latina e Caribe, que começou nesta segunda e termina no dia 18, em Brasília.
Biocombustível
Os críticos dessa tecnologia argumentam que o uso de terras férteis para cultivos destinados a fabricar biocombustíveis reduz as superfícies destinadas aos alimentos e contribui para o aumento dos preços dos mantimentos.
O ministro das Relações Exteriores alemão, Peer Steinbrueck, deu seu apoio ao apelo feito pelo FMI e o Banco Mundial neste fim de semana para responder à crise gerada pelo aumento de preços dos alimentos, que está gerando violência e instabilidade
política em inúmeros países.
— A Alemanha não fugirá de
sua obrigação nesse tema — afirmou Steinbrueck.