Diante da escassez de alimentos, o governo argentino decidiu nessa terça-feira, dia 1º, impedir temporariamente as exportações de carne bovina para garantir o abastecimento interno.

Falta carne em 90% do varejo do país por conta da mobilização dos produtores, que completa nesta quarta-feira, dia 2, três semanas, contra a elevação de impostos sobre grãos exportados.

A suspensão pode ser positiva para o Brasil se acelerar o ritmo do processo de ampliação da lista de fazendas no país aptas a exportar para a União Européia. A analista Maria Gabriela Tonini, da Scot Consultoria, também lembra que os frigoríficos argentinos concorrem com os brasileiros em outros mercados fora da Europa, como o norte da África e Oriente Médio.

– Os mercados que são atendidos pela Argentina são parecidos com os do Brasil. Poderíamos tirar alguma vantagem – afirma Maria Gabriela.

Nessa terça-feira, em ato que reuniu milhares de pessoas na Praça de Maio, em Buenos Aires, a presidente Cristina Kirchner disse nunca antes ter visto "tantos ataques a um governo eleito pelo povo". Segundo o jornal econômico El Cronista, a economia já teria sofrido prejuízos de pelo menos US$ 1,5 bilhão - equivalente a 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB).

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