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 | 01/04/2008 13h07min

Restrições e protestos na Argentina complicam setor de trigo no Brasil

Para Lawrence Pih, país é complicado e tem governo populista

O governo da Argentina dá sinais de que pode reabrir as exportações de trigo do país. A notícia interessa ao mercado brasileiro, altamente dependente do grão do país vizinho. Os registros estão suspensos desde o final do ano passado.

O governo argentino havia prometido a liberação em 18 de março, mas adiou para o dia 21 deste mês. Como, pela lei, a declaração de exportação deve ser apresentada 15 dias antes do embarque, o próximo dia 7 seria o primeiro dia de aceitação dos novos contratos.

Em entrevista ao programa Agribusiness Online, nesta terça-feira, dia 1, o diretor do Moinho Pacífico, Lawrence Pih, disse acreditar que o mercado argentino tem cerca de 2 milhões de toneladas de trigo exportáveis. Mas os protestos dos produtores rurais colocam o comércio em risco.

- Os produtores não permitem que os produtos sejam transportados do campo para os portos. Por isso, mesmo se liberasse neste momento os registros, não haveria produto para exportar.

Lawrence Pih avalia a Argentina como um país complicado e classifica como populista o governo do país, chefiado por Cristina Kirchner. Como o país vizinho é um fornecedor importante, a atual situação traz insegurança ao setor de trigo do Brasil.

Estoques até maio

Segundo o diretor do Moinho Pacífico, Lawrence Pih, os estoques de trigo no Brasil duram até maio.

- Já importamos cerca de 200 mil toneladas de fora do Mercosul, basicamente norte-americano e canadense - ressaltou.

Porém, o trigo dos Estados Unidos e do Canadá, explica Lawrence Pih, é mais caro que o da Argentina. Sem contar o frete argentino também mais barato. Por conta disso, o diretor do Moinho Pacífico prevê aumento nos preços.

- Os moinhos já aumentaram de 20% a 25% os preços da farinha. Nós vamos ser obrigados a aumentar novamente em torno de 10% no mês de abril, quando importarmos o trigo fora do contexto do Mercosul.

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