Representantes do setor pecuário e do governo federal convocaram nesta quarta, dia 20, uma reunião de emergência para discutir a vinda da missão européia, que começa a inspencionar propriedades rurais na semana que vem. Eles definiram a estratégia que deve ser adotada para que os veterinários europeus voltem com boas impressões sobre o controle da carne bovina brasileira.

A reunião  foi  sigilosa  e  durou mais de três horas. Técnicos do governo federal, especialistas em sanidade e representantes de federações estaduais de agricultura discutiram estratégias para receber os técnicos europeus. O governo vai apresentar uma lista de trezentas propriedades para que os auditores estrangeiros decidam que fazendas vão ser visitadas.

A missão de técnicos veterinários europeus que chega no domingo à noite deve inspecionar mais de vinte propriedades localizadas em quatro estados: Mato Grosso, Goiás, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

O governo prefere não dar detalhes sobre os trabalhos que vão ser feitos. Segundo o secretário de defesa agropecuária, Inácio Krouetz, os europeus vão definir a rota de inspeção. A Secretaria Nacional de Defesa Agropecuária reconhece que há falhas na cadeia produtiva e que todos têm responsabilidades para que a rastreabilidade funcione. Mas o setor privado, representado pelos pecuaristas, acha que o papel de cada elo da cadeia precisa ficar mais claro.

– Se alguém rouba o rádio do seu carro é por que tem um interceptador. Se algum pecuarista errou é porque o governo induziu a esse erro. Se o governo disse que o Brasil vendeu carne não rastreada para a Europa, ele precisa dizer quem vendeu. É obrigação do governo esclarecer isso – afirmou Antenor Nogueira, presidente do Fórum Pecuário da CNA.

O Ministério da Agricultura preferiu não comentar as declarações do setor pecuário.