| 20/02/2008 14h44min
O presidente do Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira, disse nesta quarta-feira que o governo "tem a obrigação" de dizer o nome dos frigoríficos que exportaram carne sem rastreamento para a União Européia (UE). Na semana passada, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, admitiu, em audiência no Senado, que o Brasil vendeu carne irregular aos europeus. Nogueira também refutou uma declaração do ministro, que disse ontem que a cadeia produtiva também é responsável pelas regras de certificação.
— Se o pecuarista fez algo errado, foi incentivado a fazer — disse.
Ele deu um exemplo que deve colocar mais lenha da fogueira na briga que envolve pecuaristas e frigoríficos no caso da rastreabilidade.
— Se alguém rouba o seu toca-fitas, é porque há um receptador — afirmou.
Nogueira cobrou do governo uma posição mais firme em relação às exigências da
UE para compra de carne bovina.
— O
governo tem que assumir a sua função. Essa é a posição dele — argumentou, sobre a possibilidade de o Brasil recorrer à Organização Mundial de Comércio (OMC) para questionar as regras impostas pela UE para a compra de carne brasileira.
O presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), José Olavo Mendes, disse, após a reunião, que a intenção do governo é apresentar na próxima segunda-feira uma lista de propriedades aptas a exportar para a UE.
— O governo deixou claro que não quer fechar a negociação com os europeus — relatou.
Fontes da iniciativa privada disseram que representantes do governo teriam dito na reunião que a lista seria de 300 propriedades e já teriam sido definidos os municípios a serem visitados pelos veterinários europeus a partir da próxima semana.