| 11/02/2008 19h57min
O Brasil acredita que a União Européia (UE) pode ampliar a lista de fazendas aptas a exportar carne bovina ao bloco, disse nesta segunda, dia 12, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Reinhold Stephanes.
O ministro, que participou nesta segunda de reunião do Conselho Superior da Agroindústria (Cosag) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), esclareceu que o veto da UE ao gado brasileiro "não é um embargo, mas apenas uma discussão de normas".
– O Brasil aceitou as regras do jogo e primeiro tem que cumpri-las. Mas necessitamos agregar novos produtores a essa lista – disse, em referência à lista de 300 fazendas brasileiras aprovadas pelo bloco.
O ministro disse que prefere esperar seis meses por um acordo do que levar o caso perante os tribunais da Organização Mundial do Comércio (OMC). Desde o início de fevereiro, o bloco europeu vem aplicando restrições à importação de carne proveniente do Brasil.
Stephanes, que espera que na próxima reunião em Bruxelas se amplie o número de fazendas autorizadas para 600, considerou que o Brasil necessita ter pelo menos 5 mil propriedades aptas a exportar carne à UE.
– Até agora é uma vitória dos (produtores) irlandeses, pois nós não temos nenhuma doença fatal, como o "mal da vaca louca", e não exportamos de zonas com focos de febre aftosa. Mas não estamos em uma crise – apontou.
Stephanes indicou que o fundo do embargo é puramente comercial, e explicou que o Brasil tem cerca 2.600 fazendas aptas para exportar, sendo que 2 mil devem corrigir problemas burocráticos, pois lhes faltam selos ou certificados que não comprometem as normas sanitárias ou técnicas. Por isso, a lista do Brasil, que será discutida, contempla inicialmente 600 fazendas.
O erro do país, segundo o ministro, "foi aceitar a partir de 2003 as mesmas condições impostas para os produtores irlandeses que tinham o "mal da vaca louca".
– A UE quer importar carne brasileira, o consumidor europeu quer nossa carne. O problema é com os produtores – afirmou.
AGÊNCIA EFE