| 30/01/2008 17h40min
A decisão da União Européia (UE) em restringir às importações de carne brasileira deve ser vista como um sinal de que o Brasil perdeu sua credibilidade ante o bloco europeu, de acordo com Pedro Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Carne Suína (Abipecs).
Segundo Camargo, que tem um importante histórico no combate à aftosa na pecuária brasileira, durante muitos anos o Brasil vem prometendo fazer a rastreabilidade e afirmando ter feito coisas que efetivamente não fez e a decisão da UE está amparada neste cenário.
Para Camargo, o momento agora é de cautela e de "reconstrução da credibilidade".
— Se o Brasil acredita realmente que as 2,6 mil propriedades listadas para exportar para a UE realmente passarão pelo crivo de uma auditoria do bloco, então eles têm que bancar essa lista e pedir que a missão européia venha o mais rápido possível fazer esta avaliação. Se não, eles tem que recuar e não jogar pesado com
os europeus porque se a missão vier
e encontrar novas irregularidades no sistema de rastreabilidade, o resto de credibilidade que o Brasil possui irá para o lixo — disse ele.
Camargo não vê a decisão européia como uma ruptura nem como uma atitude protecionista. Para ele, a UE está recomendando que a lista inicial seja pequena, mas com propriedades que se enquadrem nas regras de rastreabilidade requeridas pelo bloco.
— A última missão que veio ao país constatou que havia muitas falhas no sistema de rastreabilidade, o Sisbov, e foi pedida uma modificação, que está começando a funcionar agora — disse ele.