| 24/01/2008 14h46min
Deputados da bancada ruralista saíram sem acordo da reunião com o governo federal para discutir o pagamento da dívida do setor agrícola. A idéia era transferir para 31 de março cobrança dos valores que vencem neste primeiro trimestre. O ministro da Fazenda Guido Mantega prometeu para segunda, dia 28, uma resposta. A dívida agrícola já ultrapassa R$ 130 bilhões.
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, disse nesta quinta, dia 24, que “a questão da dívida rural tem que ser tratada tecnicamente, de acordo com a complexidade de cada caso”. Algumas das dívidas, segundo ele, vêm “rolando” a quase 20 anos e se acumulando; umas decorrentes de planos econômicos, e outras em razão de frustração de safras.
Stephanes fez a afirmação ao chegar ao Ministério da Fazenda, pela manhã, para reunião com o ministro Guido Mantega e o presidente da Comissão de Agricultura da Câmara, deputado Marcos Montes (DEM-MG), com vistas a discutir a possível
prorrogação das dívidas
rurais com vencimento no primeiro trimestre deste ano.
O ministro da Agricultura disse que o fato de a bancada ruralista reivindicar o estudo das dívidas é correto, mas não transforma a questão em assunto político. A prorrogação é técnica, enfatizou Stephanes, e acrescentou que “tem-se que analisar as dívidas e retirar a gordura acrescentada a elas, e se pagar de acordo com a renda do produtor”.
Stephanes também comentou as notícias de aumento de desmatamento na Amazônia para plantio de soja e criação de gado, e manifestou dúvidas a respeito; em especial quanto à expansão de áreas para lavouras de soja, uma vez que a área usada para sojicultura no país, este ano, é menor que nos dois últimos anos.
O ministro disse ter “clara convicção de que o Brasil não precisa derrubar árvores na Amazônia para produzir soja e carne”. Afirmou, ainda, estar à disposição da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, para discutir a questão e adotar as medidas
pertinentes para coibir o desmatamento na
área.