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 | 27/12/2007 17h29min

Setor sucroalcooleiro quer manter crescimento em 2008

Produção de cana tem avançado 11% ao ano

A produção de cana-de-açúcar tem crescido a uma taxa média de 11% ao ano nos últimos cinco anos e a produção de álcool teve um incremento de quase 20% nesta safra, motivada pelas vendas de carros flex-fuel, frota que representa 90% dos veículos novos fabricados no país em 2007. A declaração é do secretário de Produção e Agroenergia (SPAE), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Manoel Bertone, ao fazer um balanço do setor sucroalcooleiro em 2007.

O setor produtivo se estrutura para atender a uma eventual expansão dos mercados mundiais para o etanol e o biodiesel.

– Por enquanto, o fator determinante para o crescimento da oferta ainda é o mercado doméstico. O ano de 2008 é considerado estratégico para o setor sucroalcooleiro, tanto pela demanda do álcool no mercado interno, como pela recuperação dos preços do açúcar no mercado internacional.

De acordo com o secretário, a safra 2008/09 também deverá registrar forte crescimento na produção e, mais uma vez, o álcool hidratado deverá ser o principal destino da cana-de-açúcar.

– Haverá aproximadamente 20 novas unidades iniciando a operação, produzindo, principalmente, álcool. E a performance da indústria automotiva, que em 2007 colocou quase dois milhões de veículos flex-fuel nas ruas, sugere que o mercado interno continuará aquecido. Com os preços competitivos, o álcool hidratado deverá ser a melhor alternativa para as unidades produtoras – observa.

Bertone destaca que “enquanto a produção de açúcar e álcool anidro repetiram os números da safra passada, a oferta de álcool hidratado cresceu 40%”. A produção de hidratado atingiu um recorde, ao superar 12 bilhões de litros e absorver as 50 milhões de toneladas de cana adicionais da atual safra, estimada em 480 milhões de toneladas.

Em 2008 será concluído o Zoneamento Agroecológico da Cana-de-açúcar (ZaeCana), que servirá de base para as políticas públicas e o ordenamento da expansão canavieira no país.

– O Brasil mostrará que sua política é baseada na sustentabilidade e reafirmará sua liderança na produção do etanol no mundo – destaca o secretário.

Quanto às exportações, embora seja esperada uma recuperação nos preços internacionais do açúcar a partir do final de 2008, o secretário prevê que as receitas e os volumes exportados deverão se manter em níveis muito próximos dos observados neste ano.

Ao fazer um balanço do setor sucroalcooleiro, Bertone disse que, apesar dos preços do açúcar não terem repetido os bons desempenhos dos últimos anos, as exportações desse produto atingirão US$ 5 bilhões, correspondentes a cerca de 19,5 milhões de toneladas. Por outro lado, as exportações de álcool deverão alcançar US$ 1,4 milhão, com 3,6 bilhões de litros, um leve crescimento em relação aos 3,4 bilhões exportados em 2006.

– Os Estados Unidos continuam sendo os maiores importadores de álcool, com 1,9 bilhão de litros (sendo 900 milhões diretamente e 1 bilhão, via Caribe), seguidos pelos Países Baixos, com 700 milhões e Japão, com 380 milhões de litros – complementa o secretário.

Biodiesel

Começa a vigorar, no dia 1º de janeiro, a mistura obrigatória de 2% de biodiesel ao diesel mineral (B-2). Para garantir as metas do governo, “teremos que avançar na organização dos produtores rurais e estimular o aumento da oferta de matérias-primas para garantir o abastecimento do setor industrial a preços competitivos”, complementa Bertone. Ele explica que a adoção de políticas públicas voltadas para o incremento da oferta dessas matérias-primas, em uma ação articulada com o setor industrial, deverá contribuir para a consolidação do biodiesel na matriz energética nacional, com geração de emprego e renda aos pequenos produtores.

De acordo com o diretor de Cana-de-Açúcar e Agroenergia da SPAE, Alexandre Strapasson, para subsidiar os investimentos na produção de matérias-primas para o biodiesel, o ministério está investindo no zoneamento de risco climático, identificando o potencial de cada região para a produção de oleaginosas.

– Foram publicados estudos para o algodão, amendoim, dendê, girassol, mamona e soja – informa.

Strapasson acrescenta que o Ministério, por meio da Embrapa, tem investido fortemente na pesquisa agrícola de culturas de oleaginosas para a produção de biodiesel. 

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