| 20/12/2007 14h55min
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta, dia 20, que não cederá às exigências do bispo Luiz Cappio, que está em protesto contra o Projeto de Integração do rio São Francisco com a Bacia do Nordeste Setentrional.
– Se o Estado ceder, o Estado acaba – disse Lula em um café da manhã com a imprensa no Palácio do Planalto. Segundo ele, as obras vão continuar.
Um mediador do governo está em negociações com o Episcopado há dois dias para tentar pôr fim à greve do bispo, que se opõe à transposição do rio.
O religioso pede que o governo "arquive definitivamente" o projeto, orçado em US$ 3 bilhões.
O governo concordou em interromper a transposição durante dois meses para "explicar melhor" à população os benefícios da proposta. Além disso, serão feitas pequenas obras não agressivas ao meio ambiente, como cisternas e reservatórios de água.
Lula afirmou que o projeto é "o mais humanitário" feito por seu governo, pois vai "beneficiar" 12 milhões de brasileiros.
– A prioridade tem que ser dada à população – acrescentou.
O presidente lembrou de uma greve de fome que ele mesmo fez em 1980, quando era líder sindical, e ironizou:
– Dá uma fome.
O bispo foi internado em um hospital, semiconsciente, na tarde de quarta, dia 19.
O boletim médico indica que o religioso está "com estado geral comprometido e deve continuar internado para evitar possíveis danos permanentes".
O projeto de transposição inclui a construção de dois canais que somam 720 quilômetros para desviar as águas do rio São Francisco.
AGÊNCIA EFE