| 08/11/2007 09h43min
O clima é de otimismo para os pecuaristas e autoridades de Mato Grosso do Sul. O reconhecimento do Ministério da Agricultura de que o Estado é área livre de febre aftosa com vacinação deixou o setor animado. Com a erradicação definitiva da doença, agora a tarefa é recuperar os principais mercados compradores de carne bovina.
Foram necessários dois anos para que a classe produtora voltasse a comemorar. A nova condição em relação à febre aftosa permite que Mato Grosso do Sul retome a comercialização de animais e seus produtos para outras regiões do Brasil, além dos países da chamada Lista Geral, considerados menos exigentes que a União Européia.
Segundo o presidente Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), Laucídio Coelho Neto, a recuperação do status de livre de aftosa é importante uma vez que o Estado é um tradicional exportador de carne bovina. Neto acredita que, gradativamente, Mato Grosso do Sul deve retomar seu destaque nas vendas externas.
O reconhecimento do Ministério da Agricultura foi baseado nos exames de sorologia realizados em bovinos da região atingida pela febre aftosa e também de outros municípios. Mais de 50 mil amostras comprovaram a ausência do vírus da doença no Estado. Agora, o desafio é reconquistar a confiança dos principais mercados compradores de carne bovina, que deixaram de comprar o produto sul-mato-grossense após os casos da doença registrados na região sul.
Para isso, é preciso que a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) também reconheça Mato Grosso do Sul como área livre da doença com vacinação. Uma missão da OIE deve visitar o Estado em dezembro. A secretária de Produção de Mato Grosso do Sul, Tereza da Costa Dias diz que a visita da comissão será uma oportunidade de mostrar ao Exterior que o Estado recuperou o status de livre de aftosa deverá continuar com ele a partir de agora.
O Estado perdeu a condição em outubro de 2005, quando foram identificados casos da doença nos municípios de Eldorado, Japorã e Mundo Novo. Autoridades e setor produtivo tiveram que tomar uma série de ações de controle e erradicação. Mais de R$ 40 milhões foram gastos com indenizações aos pecuaristas, que tiveram animais sacrificados, e reforço das ações sanitárias nos três municípios.
O Superintendente Federal da Agricultura de Mato Grosso do Sul, Orlando Baez, conta que agora será implantada uma zona de alta vigilância na região, e que Mundo Novo e Japorã estarão incluídos nesta zona. Já Eldorado, informa Baez, ficará de fora - está liberado. O Superintendente afirma que o Mapa deverá publicar nos próximos dias a Instrução Normativa com a definição da zona de vigilância.
Para os pecuaristas e autoridades do Estado, as dificuldades enfrentadas nos últimos dois anos deixam uma lição. Para Laucídio Coelho Neto, a vacinação é essencial. Segundo ele, não é preciso apenas vacinar e, sim, vacinar corretamente. Concorda com ele a secretária Tereza Dias. Para ela, sanidade não é brincadeira, e todos devem estar envolvidos para evitar situações como as que ocorreram.
LUIZ PATRONI/CANAL RURAL MS