| 08/11/2007 05h57min
Um dia depois de ouvir a recusa do PSDB, o governo decidiu nessa quarta-feira, dia 7, que somente um "corpo-a-corpo" intenso no Senado conseguirá reverter o cenário desfavorável para aprovar a prorrogação da CPMF.
Em cerimônia no Palácio do Planalto, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse que o governo conseguirá prorrogar o imposto do cheque e que os "percalços" nas negociações são "absolutamente normais". Insistiu ainda que o PSDB não fechou questão:
– Vamos conseguir aprovar com diálogo, com corpo-a-corpo, conversando com todos os senadores.
Sobre a resistência dos tucanos, Bernardo ironizou:
– Deve ter havido algum "tilt" ali que desagradou.
A ordem dos governistas, a partir de agora, é buscar "votos no varejo", inclusive os dos supostos quatro senadores do PSDB propensos ao diálogo: Tasso Jereissati (CE), Sérgio Guerra (PE), Lúcia Vânia (GO) e Eduardo Azeredo (MG).
– Ninguém acredita que vamos votar sozinhos. Se o PSDB não fechar questão contra, contamos com pelo menos quatro votos – disse Renato Casagrande (PSB-ES).
PMDB decidiu que senadores devem aprovar CPMF
Outra estratégia do Planalto agora será pedir a interferência dos governadores, especialmente os tucanos Aécio Neves (MG), José Serra (SP) e Yeda Crusius. Nessa quarta-feira, Aécio esteve com o presidente Lula na capital mineira.
– O equilíbrio fiscal do governo garante a continuidade de programas em parceria com Estados e municípios – disse Bernardo.
Para aprovar a prorrogação da CPMF até 2011, o governo precisa de 40 votos dos 81 senadores.
Por maioria, o PMDB decidiu ontem orientar a bancada do partido no Senado a votar a favor do imposto. Pelo menos dois senadores, entretanto, avisaram que vão contrariar a orientação: Mão Santa (PI) e Jarbas Vasconcelos (PE).
ZERO HORA