| 07/11/2007 05h42min
Apesar do assédio, o PSDB decidiu nessa terça-feira, dia 6, rejeitar a nova proposta do governo Luiz Inácio Lula da Silva para conseguir apoio à prorrogação da cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) até 2011.
O governo ofereceu a isenção de CPMF para trabalhadores assalariados que recebem até R$ 4.340 mensais. Acima disso, a isenção seria parcial e limitada a R$ 214 ao ano.
– O partido considerou a proposta muito aquém do que seria relevante. A bancada nem quis aprofundar a análise. A proposta foi insatisfatória – disse o presidente do PSDB, Tasso Jereissati (CE).
Ele participou de um almoço entre as bancadas do PSDB na Câmara e no Senado. Segundo Tasso, o PSDB deve votar contra a CPMF na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. A decisão precisa ser confirmada pela executiva do partido, que vai enfrentar a pressão dos governadores tucanos. José Serra (São Paulo) e Aécio Neves (Minas Gerais), prováveis candidatos a presidente em 2010, gostariam da prorrogação, uma vez que podem vir a precisar dos R$ 40 bilhões anuais da contribuição.
– É melhor falar desse assunto com a bancada – disse Serra, ao responder se o partido dava por encerradas as negociações.
Líder do governo acredita que negociação continua
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), negou que a legenda esteja dividida:
– O governo não vai fazer um mercado persa com o PSDB.
Tasso, entretanto, afirmou que a negociação ainda não está encerrada. Segundo ele, as conversas podem ser retomadas se o governo melhorar a proposta. Informado sobre a decisão do PSDB, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse acreditar em entendimento:
– Acredito que não seja uma posição definitiva. Acredito no diálogo e na negociação.
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse que pretende conversar com líderes tucanos para dar andamento à tentativa de negociação:
– Isso não é o fim do mundo. Vamos
avaliar a posição do PSDB e verificar onde existe caminho para convergências. É possível fazer uma mexida (na proposta do governo).