| 01/11/2007 16h33min
O secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, Luiz Pinguelli Rosa, criticou o governo federal por ainda não ter implantado efetivamente o Plano de Ação Nacional de Enfrentamento das Mudanças Climáticas.
– O desmatamento é um grande problema, mas sua redução não contribui para o desenvolvimento. Precisamos pensar em uma engenharia climática – afirmou Pinguelli durante a reunião do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima) realizada na semana passada no Rio de Janeiro.
O secretário criticou ainda os subsídios de US$ 2 bilhões concedidos para a exploração do biodiesel com energia elétrica gerada a partir da Amazônia.
– Esse dinheiro poderia ser canalizado para o uso de energia alternativa. A Amazônia é rica em recursos naturais – salientou o físico.
Luiz Pinguelli Rosa também teceu críticas contra a introdução de usinas a carvão no Brasil, alegando que é um contra-senso importar carvão para gerar energia elétrica. Ele acrescentou ainda que o Brasil está seguindo a mesma postura dos países desenvolvidos, que não estão dando atenção às metas do Protocolo de Kyoto.
– O quarto relatório traz para o Brasil grandes impactos, na medida que revela que os países desenvolvidos não estão diminuindo suas emissões para atingir as metas do Protocolo de Kyoto e, infelizmente, estamos seguindo o mesmo caminho. Isto é, estamos repetindo uma desigualdade internacional, com padrões de consumo de energia e de emissões de gases altos. A diferença é que, no nosso caso, ainda não somos obrigados a cumprir as metas de redução de emissão de gases – ressaltou.
Pinguelli Rosa completou, por fim, que é preciso pensar numa intervenção estatal para coibir o transporte individual.
– Uma pequena fração da sociedade tem carro, e essa pequena fração gasta um triplo da energia para o transporte. O uso do automóvel não implica somente o uso do combustível. Temos de levar em conta o aço que é fabricado para ser usado nas portas de um automóvel. Assim, para quem tem carro, o impacto energético é maior do que o consumo do tanque por si só – finalizou.
AMBIENTE JÁ