| 17/08/2006 00h21min
Depois deste dia 16 de agosto de 2006, dizer que o Colorado é um “time municipal” não faz mais sentido nem em uma roda de gremistas. No Beira-Rio lotado, o vento que vem do Rio Guaíba levou com ele a última piada pronta na eterna briga futebolística porto-alegrense: o Inter, enfim, conquistou a América e agora vai atrás do Mundial, que será disputado em dezembro, no Japão.
Para se tornar o segundo time do Sul do país com o título continental, o Colorado teve de superar, além da torcida contra dos gremistas, um adversário perigoso e com muita tradição na competição. O São Paulo, três vezes campeão sul-americano e mundial, não esteve bem nas finais. Dois tabus foram por água abaixo: o time paulista perdeu pela primeira vez uma partida mata-mata de Libertadores em seu estádio e ainda levou a pior diante de um time brasileiro, outro fato inédito até então nos confrontos em playoff
Apesar de ser tricampeão brasileiro e um dos times mais respeitados do futebol brasileiro, o Inter sonhava com a Libertadores desde 1976, ano em que disputou a competição pela primeira vez. A partir de 1983, quando o Grêmio conquistou a taça e o Mundial Interclubes, a obsessão da nação colorada cresceu até que o título virasse realidade 23 anos depois.
Além de ter dado um passo para diminuir a distância nas comparações com o Grêmio (bicampeão da Libertadores 1983 e 1995), a vitória do Inter também transformou o Brasil em recordista na competição. Agora, trata-se do país com mais clubes campeões (oito) contra sete equipes argentinas que já levantaram a taça.
Na somatória geral, no entanto, a Argentina ainda leva vantagem. Ao todo 20 Libertadores ficaram com nossos rivais e apenas 13 títulos são brasileiros: São Paulo (3), Santos (2), Cruzeiro (2), Grêmio (2), Palmeiras, Vasco, Flamengo e Inter.
GAZETA PRESS